Segundo Robson Andrade, presidente da CNI, a indústria necessita de medidas e legislações que possam dar fôlego ao setor produtivo, por meio de redução de custos
Um dia depois de se reunir com a presidenta Dilma Rousseff, e com ministros e membros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, pediu hoje (10) apoio do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para aprovar propostas que incentivem o setor.
Segundo Andrade, a indústria necessita de medidas e legislações que possam dar fôlego ao setor produtivo, por meio de redução de custos. Citou como exemplo de legislação que precisa ser modificada o ICMS, que funciona com “guerra” tarifária entre os estados.
“[O funcionamento do ICMS] é um horror e cria uma insegurança jurídica muito grande. [Estamos discutindo para ver se há] alguma alternativa”, destacou o presidente da CNI. Andrade acrescentou que Calheiros vai marcar uma reunião com setor produtivo, que também terá a presença do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tratar de uma pauta de interesse da indústria.
Apesar de deixar claro que não está esperando nenhum pacote do governo para incentivar o setor, o presidente da CNI demostrou preocupação com a indústria brasileira. “O que o Brasil precisa hoje na realidade é dar competitividade para a exportação. O mundo inteiro está travando uma guerra enorme com relação à produção industrial. Na Europa, o Banco Central Europeu colocou um volume grande de recursos para reativar a economia de alguns países, os Estados Unidos continuam crescendo, a China mesmo tendo diminuído continua crescendo um pouco e esses países estão procurando mercados para colocar os seus produtos”, afirmou .
Para Robson Andrade, o país precisa ter mais condições de competitividade, com um câmbio mais favorável, visando a aumentar as exportações. O empresário declarou apoio às medidas provisórias editadas pelo governo que mudam as regras para benefícios trabalhistas como seguro-desemprego e abono-salarial. “Acho que o governo está certo. Um país que tem um desemprego de menos de 5% não pode gastar R$ 50 bilhões com seguro-desemprego e abono salarial. Há alguma coisa errada: ou temos desemprego maior ou há fraude no sistema”, observou.