Depois de o ex-presidente Lula se encontrar com peemedebistas na última semana, a presidente Dilma Rousseff convidou a cúpula do PMDB para um jantar nesta segunda-feira (2).
A relação da petista com o principal partido de sua base de apoio atingiu um alto nível de desgaste nas últimas semanas e forçou o vice-presidente Michel Temer a dizer em uma conversa telefônica com Dilma que a sigla está no "limite da governabilidade", indicando uma chance real de rompimento.
Além de Temer, serão recebidos no Palácio da Alvorada os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Em um giro por Brasília, o ex-presidente Lula conversou com peemdebistas e ouviu reclamações em relação ao tratamento dado pelo Palácio do Planalto à legenda. A presidente precisa do apoio do PMDB para aprovar as medidas de ajuste fiscal.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse a Lula que ele é o "fiador' da relação do partido com o PT e pediu sua intervenção para recompor as pontes com o governo Dilma. O senador ponderou que é necessário "reordenar" a coordenação política para aproximar os peemedebistas do Planalto.
O petista ressaltou a importância de diálogo com o PMDB e disse que vai ajudar na retomada da interlocução da legenda com o Planalto. Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo, o que desgastou a relação entre eles.
Segundo Eunício, Lula afirmou aos senadores que o PMDB é um partido essencial para a coalizão política do governo porque, "com a firmeza do PMDB", as outras siglas se sentem "seguras" para fazer um entendimento com o governo.