Costa diz que ajudou a criar caixa 2 na campanha de Cabral e Pezão em 2010

Pezão, que ocupa o cargo de governador do Rio, deverá ser alvo de um inquérito específico no STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde ele detém foro privilegiado. Ele tem negado irregularidades
Da Folhapress
Publicado em 09/03/2015 às 16:10
Pezão, que ocupa o cargo de governador do Rio, deverá ser alvo de um inquérito específico no STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde ele detém foro privilegiado. Ele tem negado irregularidades Foto: Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que trabalhou para formar "caixa dois" para a campanha do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) em 2010, segundo documentos em poder do STF (Supremo Tribunal Federal) nos autos da Operação Lava Jato.

A PGR (Procuradoria Geral da República) entregou ao ministro Teori Zavascki um resumo das declarações prestadas dentro do acordo de delação premiada por Costa e por outro delator da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef. No documento, a PGR informa que Costa descreveu todo o processo de arrecadação para um "caixa dois" de Cabral, que governou o Estado do Rio de 2007 a 2014.

Costa contou aos investigadores que reuniu-se com Cabral, a quem conhecia desde 2007, no primeiro semestre de 2010 "para tratar de contribuições [ajuda] para a campanha" de reeleição de Cabral. Na mesma reunião, segundo Costa, estavam o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) -que então era candidato a vice na mesma chapa de Cabral- e o secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner.

Depois, Costa fez outra reunião, desta vez com empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras.

"Paulo Roberto Costa fez contatos com empresas que atuavam na obra do Comperj e solicitou que elas fizessem doações para o 'caixa dois' da campanha de Sergio Cabral. Participaram da reunião representantes das empresas Skanska, Alusa e Techint. Do consórcio Compar (OAS, Odebrecht e UTC), ninguém participou da reunião, mas o consórcio foi o principal 'pagador'", afirmou o ex-diretor.

Cada empresa, segundo Costa, deu "contribuição" no total de R$ 30 milhões. O Consórcio Compar pagou R$ 15 milhões, de acordo com o delator, e "o restante foi dividido entre as outras empresas, entre elas, Skanska, Alusa e UTC".

Segundo o delator, "o dinheiro saiu do caixa das empresas e a operacionalização ocorreu entre Regis e as empresas, mas não sabe precisar detalhes de como isso ocorreu".

Pezão, como ocupa o cargo de governador do Rio, deverá ser alvo de um inquérito específico no STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde ele detém foro privilegiado. Ele tem negado irregularidades.

Em dezembro, quando o nome de Sergio Cabral foi citado na imprensa como relacionado ao caso Lava Jato, o ex-governador informou por meio de sua assessoria que "repudia qualquer menção a seu nome em suposta lista ou fato relatado por Paulo Roberto Costa".

TAGS
paulo roberto costa CABRAL Pezão petrobras
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory