O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta quarta (11) que o PSDB dá apoio "irrestrito" aos atos antigoverno marcados para o próximo dia 15 (domingo) e estimula seus militantes a comparecerem –mas que ele próprio não estará nas ruas.
"O PSDB está divulgando nota de irrestrito apoio às manifestações", disse. "Estamos estimulando que nossos companheiros estejam participando da forma que acharem mais adequada. Mas para não caracterizar esse movimento como algo partidário -quanto menos menos partidário ele for, mais expressivo e mais consistente ele será-, o PSDB estará nas ruas através de seus militantes, mas sem a presença institucional de seu presidente."
Segundo Aécio, ele optou por não ir para "não dar força a esse discurso de que nós estamos vivendo um terceiro turno no Brasil", um "discurso que não é verdadeiro", disse.
Para o senador, o apoio da sigla às manifestações não pode ser entendido como um apoio aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Não [é um apoio ao impeachment]. Não proibimos nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment. Ela apenas não está na agenda do PSDB. Essa não é, nesse momento, a agenda do PSDB."
CUT
Sobre a outra série de atos, convocada pela CUT para a próxima sexta-feira (13), Aécio disse que eles indicam um governo "perdido".
"Estamos vendo um governo tão perdido que setores dele próprio articulam manifestações. É algo no mínimo extremamente arriscado. Não conheço na história da democracia brasileira momento em que o governo convoca a população a ir as ruas. Com uma exceção apenas: quando o presidente Collor fez isso, e nós assistimos o resultado."
Aécio se referiu a quando o hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), vivendo aguda crise durante sua Presidência, pediu às pessoas que fossem às ruas vestidas de verde e amarelo, gerando uma resposta contrária -a população foi às ruas de preto para protestar. A reação acelerou seu processo de impeachment.
Para Aécio, Dilma precisa pedir desculpas aos brasileiros.
"Enquanto a presidente da República não vier a público fazer a sua "mea-culpa", pedir desculpas à população brasileira pelo descalabro moral de seu governo, pelos gravíssimos equívocos na condução das políticas na área de energia e no conjunto da economia, certamente ela estará se distanciando cada vez mais do sentimento da população brasileira."