Para Marina Silva, impeachment "aprofunda o caos"

Terceira colocada na disputa presidencial de 2014, a ex-senadora defende que seja dado um prazo inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio
Do JC Online
Publicado em 14/03/2015 às 17:37
Terceira colocada na disputa presidencial de 2014, a ex-senadora defende que seja dado um prazo inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio Foto: Clemilson Campos/JC Imagem


Um dia antes das manifestações contra a presidente Dilma Rousseff (PT) saírem às ruas nas principais capitais do país, a ex-senadora Marina Silva (PSB) divulgou neste sábado (14) um texto no seu site oficial em que refuta o impeachment da petista e afirma que um processo como este pode levar ao aprofundamento do caos.

"Muita gente vai para as ruas protestar. Há uma campanha pedindo o impeachment da presidente que foi eleita há poucos meses. Compreendo a indignação e a revolta, mas não acredito que essa seja a solução. Talvez o resultado não seja o pretendido retorno à ordem, mas um aprofundamento do caos", escreveu Marina.

Terceira colocada na disputa presidencial de 2014, a ex-senadora defende que seja dado um prazo inicial a todo governo eleito, para que diga a que veio.

Segundo a pessebista, essa tese é válida também quando o escolhido --ou guiado pelas estrelas-- recebe da sociedade a cômoda ou incômoda tarefa de suceder a si mesmo, ou seja, para os reeleitos como a presidente Dilma.

Apesar das ponderações que faz quanto ao impeachment, Marina não deixa de provocar o partido em que esteve filiada por 24 anos: O impeachment seria uma punição ao PT, sem dúvida, diz. Uma resposta no mesmo padrão criado pelo partido quando estava na oposição: gritar 'forà a qualquer governo, com ou sem provas de corrupção, pela simples avaliação ideológica de que eram governos impopulares ou contrários aos interesses dos trabalhadores.

Mesmo assim, Marina reconhece que as principais lideranças políticas do país têm agido com cautela quando o assunto é impeachment e diz que o governo é ruim, mas temos a responsabilidade de manter não a ele, mas a democracia.

CRÍTICAS AO GOVERNO

Relembrando seus discursos como candidata ao Palácio do Planalto, Marina faz no texto diversas críticas ao governo federal que, segundo ela, é marcado pelo atraso na política e pela crise de credibilidade. A mudança na equipe econômica parece ser insuficiente para dar ao governo a credibilidade necessária à condução da economia.

Para ela, existem quatro pontos fundamentais que devem ser atacados pelo governo diante da crise. São eles: a transição para uma economia de baixo carbono, o aperfeiçoamento dos programas e mecanismos de inclusão social, a recuperação dos fundamentos macro e microeconômicos e o combate à corrupção.

Marina se defende do silêncio que adotou desde que perdeu as eleições. E diz que tem usado as redes sociais para opinar sobre os principais temas do país. Não foi, portanto, um silêncio muito silencioso.

Segundo a senadora, a crise política e a situação da presidente Dilma Rousseff são questões que serão decididas no coração do povo.Só os que fazem silêncio e ficam atentos conseguem ouvir o que diz esse coração, conclui.

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