Recebido em sessão pública da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta sexta (27), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi vaiado por manifestantes, que acabaram retirados à força por policiais militares.
Enquanto era apresentado pelo presidente da Assembleia, deputado estadual Fernando Capez (PSDB), Cunha começou a ser vaiado por manifestantes, que ocupavam a galeria do plenário.
Logo em seguida, para abafar o som incômodo, os políticos presentes aplaudiram Cunha -inclusive petistas, como o secretário municipal Alexandre Padilha (Relações Governamentais), terceiro colocado na disputa pelo governo estadual no ano passado, e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
Boa parte dos manifestantes era de integrantes do Juntos!, movimento ligado ao PSOL. Cunha iniciou sua fala, mas foi interrompido diversas vezes aos gritos de: "O povo quer falar, Constituinte já!".
"A educação manda que a gente aprenda a escutar, até para que a gente possa discutir", disse o presidente da Câmara, com semblante impassível, sem alterar o tom de voz.
Os manifestantes retrucaram: "Machista, machista, não passarão! Fora Cunha! Corrupto!", gritaram. Dois manifestantes entraram no plenário com uma faixa, mas foram retirados por um policial.
"Muito obrigado pela possibilidade de permitir a minha fala", afirmou Cunha, com um riso irônico.
Em meio à confusão, o deputado estadual Luiz Fernando Machado (PSDB) pediu a Capez que as galerias fossem esvaziadas, ou que a sessão fosse encerrada, já que, segundo ele, a situação era "constrangedora".
O presidente da Assembleia determinou que o público fosse retirado. Policiais militares foram, a princípio, conversar com os manifestantes, pedindo que saíssem. Com a recusa, os PMs empurraram e puxaram pela camisa e pelo braço os cerca de 50 presentes.
Só então Cunha continuou a falar. Disse: "Cumprimentos aos intolerantes, os intolerantes sempre merecem os nossos cumprimentos".