O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, rebateu nesta segunda-feira (30) as críticas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, à presidente Dilma Rousseff e disse que "este não é o momento de fazer grandes discursos sobre concepções filosóficas. É hora de trabalhar."
Reportagem da Folha de S.Paulo revelou que Levy afirmou em uma palestra que a presidente Dilma tem intenções "genuínas" mas não age sempre da maneira mais simples e eficaz.
"Todos os ministro têm que se ater às diretrizes deste governo. Qualquer comentário de ordem ideológica não ajuda muito", afirmou Marco Aurélio.
O assessor especial da Presidência reforçou ainda a disposição da cúpula do PT em estimular a criação de uma coalizão de esquerda nos moldes da Frente Ampla, do Uruguai. Ele nega, porém, que isso seja uma tentativa de encobrir o partido nas próximas eleições.
Marco Aurélio participa na tarde desta segunda-feira (30) de uma reunião do PT com a presença do ex-presidente Lula e de dirigentes regionais em um hotel na zona sul da capital paulista.
PEDIDOS
Os diretórios do PT em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul afirmam que apresentarão, além do pedido de afastamento do tesoureiro João Vaccari Neto do cargo, um documento crítico à política econômica adotada por Joaquim Levy.
Lula espera ouvir reclamações dos dirigentes sobre a postura do governo e do PT diante da crise e vai tentar dar o tom do discurso que deve ser adotado pelo partido daqui pra frente. O ex-presidente já disse a interlocutores que separa os problemas do PT dos problemas do governo e que a sigla deve resolver suas demandas "por si só".
Horas antes da reunião do partido, Lula se reuniu no mesmo hotel com o novo ministro da Educação, Renato Janine. Participaram do encontro cerca de 15 pessoas convidadas pelo ex-presidente, entre petistas e diretores do Instituto Lula.