O ministro Jacques Wagner (Defesa) afirmou nesta terça-feira (7) que a articulação política do governo com o Congresso não tem que ser "monopólio" do PT.
Em visita à Argentina, o ministro, que é do partido da presidente Dilma Rousseff, afirmou que outros políticos de partidos aliados já ocuparam a função, como Aldo Rebelo (PC do B), Múcio Monteiro (PTB) e Walfrido dos Mares Guia (PSB). Nesta semana, a presidente teria convidado o ministro Eliseu Padilha (PMDB) para a função.
"O PT não tem que ter esse monopólio", afirmou ele, referindo-se ao controle da relação entre o governo e o Congresso.
Wagner disse que não vê problemas na partilha dessa articulação com os partidos aliados e classificou de "eficiente" as reuniões de coordenação política feitas pela presidente Dilma, o vice Michel Temer e ministros da base há cerca de um mês.
"[As reuniões] têm se mostrado extremamente eficientes para superar qualquer tipo de dificuldade no Congresso", afirmou.
"Se a gente acredita que esse é um governo de coalizão, então temos que distribuir as responsabilidades", disse. "A presidente é do PT, o ministro da Casa Civil é do PT. Se a articulação política for do PMDB não vejo problema algum".
O ministro ponderou, contudo, que não tinha conhecimento do convite ao ministro Eliseu Padilha e que o assunto não foi tratado na coordenação política do governo.
MANIFESTAÇÕES
Sobre as manifestações previstas para o próximo domingo, organizadas por grupos contrários ao governo, Wagner disse que sente falta de propostas nos protestos.
"As investigações estão a cargo da Polícia Federal e do Judiciário. Mas o Brasil não pode parar para ficar assistindo ao processo de investigação. Ao contrário, a gente tem que trabalhar agora na prevenção", afirmou.
Na sua opinião, o governo deveria reforçar como "bandeira propositiva" a reforma política. "Não com 20, 30 pontos, mas um reforma com três ou cinco pontos", afirmou, detendo atenção à proposta de eliminação das coligações proporcionais e ao fim da barganha do tempo de TV dos partidos.
"São questões que temos que colocar olhando para a frente, se não vamos tomar um susto a cada dois, três anos e não aprofundaremos ou amadurecemos a democracia brasileira", afirmou.
Na Argentina, Wagner participou de reunião com o ministro da Defesa do país, Agustín Rossi.