A partir da 0h desta sexta-feira (10), diplomatas, oficiais e assistentes de chancelaria decidirão, por meio de uma votação online, se entram em greve por causa de atrasos no pagamento do auxílio-moradia para quem está servindo em postos no exterior.
Segundo o Sinditamaraty (Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores), alguns funcionários estão sem receber o benefício há três meses. Outro motivo de protesto é a falta de cumprimento da compensação de horas sobre plantões consulares -algo que vem ocorrendo com frequência, segundo o sindicato, em postos como o consulado em Atlanta (EUA) e a embaixada em Londres.
A sugestão feita pelo sindicato é a realização de manifestações diárias -com a adesão de postos de uma determinada região por dias da semana- até a próxima assembleia, quando seria votado um indicativo de greve.
Se os servidores, contudo, decidirem pela greve na votação, a ideia é que se dê um prazo até 6 de maio para o Itamaraty atender as reivindicações. Outra possibilidade são paralisações de um dia: em 15 e 22 de abril.
"O problema todo é que o ministro não vê solução a curto prazo", disse a presidente do Sinditamaraty, Sandra Nepomuceno dos Santos, que se reuniu na última quarta (8) com o chanceler Mauro Vieira.
"Mas as pessoas estão fazendo pressão, querem ajuizar ações coletivas para que seja garantido o direito delas."
O sindicato tem hoje cerca de 1.260 afiliados, pouco mais de um terço do número total de servidores do ministério. Menos de 200 deles são diplomatas -representando apenas 12% desse grupo de funcionários.
O Sinditamaraty, contudo, tem esperança de que a mobilização envolva também os diplomatas, já que a adesão entre esse grupo mais do que triplicou nos últimos seis meses, diante dos problemas enfrentados pelos cortes no orçamento da pasta. A participação do orçamento do ministério no total do Executivo, que já era pequena, caiu quase à metade em 2014 em relação a 2003 -de 0,5% para 0,27%.
A votação termina à 0h de sábado (11).