O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a enfrentar protestos nesta sexta-feira (10), desta vez em João Pessoa.
O deputado, que acompanhava uma sessão no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba, foi recebido por dezenas de manifestantes que levavam cartazes com dizeres "Fora Cunha".
Cunha enfrentou protestos semelhantes em visitas a São Paulo e Porto Alegre.
Manifestantes ligados ao movimento LGBT e à CUT vaiaram o deputado em todas as suas tentativas de discursar. A sessão foi interrompida diversas vezes, até ser encerrada, sem que Cunha tivesse a oportunidade de falar.
Seguranças da Casa entraram em conflito com os manifestantes, e a porta de vidro que dá acesso ao plenário foi quebrada. A Tropa de Choque foi acionada, mas não precisou intervir.
Cunha acompanhou em silêncio a manifestação. Quando as vaias se intensificaram e os manifestantes começaram um "apitaço", o deputado se retirou do plenário. Cunha saiu pela porta da garagem, escoltado por policiais.
Para o presidente do Movimento do Espírito Lilás, Renan Palmeira, o deputado federal representa o que há de mais conservador no Congresso. "Vamos trazer para o cenário nacional o que há de mais atrasado e reacionário. Nós, dos movimentos sociais, queremos dizer não a Eduardo Cunha e ao discurso de ódio", declarou.
O deputado questionou o fato de o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), não ter providenciado segurança suficiente para a realização do evento. Cunha também atribuiu aos deputados Estela Bezerra (PSB) e Anísio Maia (PT) a organização da manifestação.
Estela se disse injuriada e prometeu processar o deputado, enquanto Maia negou envolvimento com a manifestação.
A audiência pública desta sexta-feira, na Paraíba, faz parte do programa Câmara Itinerante, que pretende levar a Câmara dos Deputados até as assembleias legislativas de diferentes regiões do país.
CIDADANIA PESSOENSE
Na quinta-feira (9), a Câmara Municipal de João Pessoa negou o pedido de conferir ao deputado o título de cidadão pessoense.
A ideia da honraria partiu da vereadora Eliza Virgínia (PSDB), parlamentar evangélica da Assembleia de Deus.