Ministro diz que doações da UTC à campanha de Dilma foram legais e declaradas

O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, está em Brasília para assinar o acordo de delação premiada da Operação Lava Jato
Da ABr
Publicado em 13/05/2015 às 16:13
O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, está em Brasília para assinar o acordo de delação premiada da Operação Lava Jato Foto: Foto: Roberto Navarro / ALESP (13/11/2013)


O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse nesta quarta-feira (13) que nenhuma conta foi tão auditada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a da campanha à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Acrescentou que as arrecadações junto às empresas estão dentro da legalidade e foram declaradas à Justiça Eleitoral, incluindo a doação feita pela empreiteira UTC, no valor de R$ 7,5 milhões.

O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, está em Brasília para assinar o acordo de delação premiada da Operação Lava Jato. O empresário é acusado de chefiar um grupo de empresas que negociava contratos com a Petrobras. “Os R$ 7,5 milhões existem e foram declarados. Ele fez doações legais. As contas da presidenta foram aprovadas por unanimidade pelo TSE”, disse.

Edinho Silva afirmou que jamais manteve “este tipo de contato” com a estatal. “Jamais cumpri este tipo de função”, afirmou. O ministro - que foi tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma - garantiu que atuou dentro da legalidade e assegurou que qualquer pessoa pode “vasculhar” as contas.

“Fui um tesoureiro de campanha como todos os demais [tesoureiros] que procuraram empresários brasileiros e doações foram feitas, todas elas legais e declaradas”, afirmou, acrescentando ter “orgulho” pelo trabalho realizado. O ministro ainda descartou a análise de parlamentares da oposição que afirmam que a campanha de 2014 foi trazida para o centro da crise política do país. “Estamos vivendo um momento de embate político no país, que é natural na democracia, e espero que a verdade venha à tona o mais rápido possível para que a gente possa sair dessa esfera de criminalização da política”, completou.

Sobre o pronunciamento de Dilma, que utilizou apenas as redes sociais no último Dia do Trabalho, o ministro explicou que a presidenta apenas optou por valorizar outro modal de comunicação. Segundo ele, Dilma tem preferido as redes sociais “por conta da interatividade” destes canais com a população.“Ela continua utilizando os modais tradicionais. O que ela fez no 1º de maio foi usar um modal importante que é o das redes sociais. [Para divulgar] toda atividade pública [da presidenta], ela está se comunicando pela TV, emissoras de rádio, jornais e revistas. Mas a internet é um modal específico”, afirmou.

Minimizando insinuações de que Dilma estaria “evitando” esses meios em datas importantes, o ministro ponderou que “não [há] nenhum espaço maior de exposição para qualquer figura do que as redes sociais. Não [há] mediação. A interação é direta”. Ao lembrar a frase que vem sendo repetida pela presidenta em relação às manifestações, Edinho Silva ainda afirmou que é contra qualquer tipo de controle de conteúdo. Dilma Rousseff tem afirmado que prefere e comemora "o barulho das livres manifestações das ruas do que o silêncio da ditadura”.

O ministro também garantiu que não existe qualquer orientação do governo para cercear veículos de comunicação ou profissionais de imprensa e afirmou que é contra qualquer tipo de controle da mídia. “A orientação da presidenta é de respeito à produção de conteúdo, à liberdade de expressão e de opiniões. A convivência com a liberdade de manifestação é uma conquista da democracia”, disse.

Convidado para explicar as prioridades de sua pasta, Edinho Silva destacou que a prioridade do orçamento de R$ 330 milhões será “fazer com que a informação chegue de forma transparente e objetiva para a sociedade brasileira, prestando contas dos atos do governo”. O ministro ainda defendeu a flexibilização de horário do programa de rádio Voz do Brasil e contou que o governo estuda a reformulação do modelo da TV Brasil – emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) -, para que possa cumprir melhor sua função social.

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