A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prorrogação, por mais 60 dias, do principal inquérito que investiga a participação de parlamentares na Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos na Petrobras.
Para justificar a prorrogação, os delegados informaram que 28 dos 39 parlamentares que prestaram depoimento negaram participação no esquema de corrupção. A decisão será do ministro Teori Zavascki, relator dos todos os processos relativos à operação no Supremo.
Segundo a PF, além de negar envolvimento com os fatos investigados, os 28 parlamentares alegaram que nunca tiveram contato com os dois principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Diante dos fatos, os investigadores pretendem tomar novos depoimentos dos delatores, de modo que eles detalhem a participação dos acusados.
"Busca-se comparar as versões apresentadas, para enfatizar aspectos importantes acerca dos fatos imputados e, se for o caso, acarear-se os investigados com os delatores acerca dos argumentos divergentes apresentados", justifica a Polícia Federal.
A PF informou também que pretende ouvir 11 investigados que ainda não prestaram depoimento, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, cujas oitivas foram marcadas para as duas próximas semanas.