O subsecretário-geral Político I do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Antonio da Rocha Paranhos, disse nesta quinta-feira (25) que a viagem da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos representa a retomada do diálogo político bilateral. Após denúncias de espionagem em 2013, Dilma cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos.
Segundo o embaixador, o tema da espionagem das comunicações de autoridades do governo brasileiro, incluindo a própria presidenta Dilma, pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) está “superado”. “É importante não tentar requentar esse assunto, que a essa altura já está resolvido entre os dois países. Esse tema foi superado”.
Em 2013, a viagem da presidenta aos Estados Unidos foi adiada, após as denúncias de que a NSA teria espionado autoridades brasileiras, além de empresas estatais. As denúncias foram feitas por Edward Snowden, ex-consultor de informática da agência.
O embaixador ressaltou que a visita oficial de trabalho da presidenta aos Estados Unidos, que começa no sábado (27), representa importante retomada do diálogo político bilateral no mais alto nível, e incremento nas parcerias comerciais.
“Além da normalização das relações político-bilateral com Washington, é um diálogo com empresários nas áreas produtiva e financeira, para mostrar que o Brasil está levando a sério o programa de ajuste fiscal e o programa de investimento em infraestrutura. E também mostrar que, ao país, interessa o incremento de investimentos americanos nessas áreas, além da expansão de exportações ao mercado norte-americano”, disse Paranhos.
O diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos, Rodrigo de Azeredo Santos, destacou que o grande esforço da comitiva brasileira nessa visita é divulgar as oportunidades de investimento no Brasil. Dilma e a comitiva brasileira vão apresentar as oportunidades de negócios para grandes empresários americanos. Há duas semanas, o governo anunciou um novo plano de concessões em infraestrutura e logística, no valor de R$ 198,4 bilhões.
Segundo o embaixador Paranhos, há discussão da participação do Brasil no Global Entry, sistema que dispensa viajantes frequentes, como homens de negócios, de filas em postos de imigração na chegada aos Estados Unidos. Nesse modelo, aplicado para viajantes de alguns países da Europa e da Ásia, o viajante cadastra-se e recebe a pré-aprovação das autoridades norte-americanas, bastando passar o passaporte em um leitor eletrônico ao desembarcar. “As negociações estão bastante avançadas, e há uma disposição de anunciar um cronograma de implementação durante a visita”, informou Paranhos.
Os dois países também vão assinar uma declaração sobre compromissos de redução de gases do efeito estufa, uma contribuição para que a Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-21), em Paris, em dezembro, tenha sucesso, informou o subsecretário.
Dilma terá compromissos em Nova York, com empresários; em Washington, onde terá reunião de trabalho com o presidente Obama; e termina sua agenda na Califórnia, onde visitará a sede do Google, o Centro de Pesquisas da Nasa e a Universidade Stanford. Dilma deve chegar ao Brasil na manhã do dia 2 de julho.