A presidente Dilma Rousseff recebeu por cerca de uma hora a ex-secretária de Estado Madeleine Albright, 78. Ambas conversaram sobre as eleições americanas, a "complementaridade" das trocas comerciais Brasil-EUA e até mesmo do papel de Cuba em ajudar a estabilizar a crise política na Venezuela.
Albright, que foi responsável pelas relações exteriores (1997-2001) no governo de Bill Clinton, é muito próxima da ex-primeira-dama Hillary Clinton, atual favorita na sucessão do presidente Obama.
Ela estava acompanhada por Anthony Harrington, que foi embaixador americano em Brasília nos anos Clinton.
À reportagem, Harrington contou que, para ambas, ficou claro "o investimento pessoal" feito pelo presidente Barack Obama em reforçar a relação bilateral, dedicando bastante tempo à visita e nomeando o vice-presidente americano, Joe Biden, para ser o "responsável direto" pela relação, algo reconhecido por Dilma.
"A conversa começou, o humor é muito bom nos dois lados, agora é hora de começar a ir atrás dos objetivos ambiciosos", disse Harrington, destacando que, "ao contrário de outros parceiros comerciais do Brasil, que só querem matérias-primas, com os EUA, o comércio inclui diversos produtos com alto valor agregado".
Ambas falaram de crise venezuelana. Dilma elogiou bastante a decisão de Obama de restabelecer relações com Cuba e, segundo o embaixador, ambas falaram do possível papel de Cuba em participar de diálogos para atenuar a crise na Venezuela, "sem pender para um lado ou para outro".
Dilma e Albright, primeiras mulheres a chegar a seus cargos na Presidência brasileira e no Departamento de Estado dos EUA, conversaram sobre o aumento do número de mulheres em posições de comando.
Sobre a política americana, Dilma acompanha "com curiosidade e estava muito bem informada" sobre a campanha presidencial para a sucessão de Obama no ano que vem, segundo Harrington.