Os presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, além de outros seis investigados na Operação Lava Jato, foram transferidos, hoje (25), para o Complexo Médico-Penal, estabelecimento prisional estadual localizado em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR). Os oito estavam presos na carceragem da Polícia Federal (PF) desde o dia 19 de junho.
A transferência, solicitada pela PF na última quarta-feira (22) e autorizada pelo juiz federal Sergio Moro, foi feita por volta das 10h deste sábado. O grupo foi transportado em uma van, acompanhada por escolta policial responsável por garantir a integridade dos oito presos.
Além de Marcelo Odebrecht e Azevedo, foram transferidos cinco executivos ligados à Odebrecht - Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, César Ramos Rocha, João Antônio Bernardi Filho, Márcio Faria da Silva e Rogério de Araújo – e Elton Negrão de Azevedo Júnior, da Andrade Gutierrez.
Os oito executivos foram detidos, em caráter temporário, durante a 14ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 19 de junho e batizada de Erga Omnes – expressão usada no meio jurídico para indicar que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos.
Ao pedir a transferência dos oito presos, na quarta-feira, a PF informou a Moro que a medida era necessária devido à falta espaço na carceragem da Superintendência da PF na capital paranaense. “As instalações são limitadas, sendo capaz de absorver um pequeno número de presos, e a manutenção destes nas celas dificulta a operacionalização das autuações em flagrante e fragiliza a segurança do local em alguns momentos de excesso de custodiados”, alega o delegado federal Igor Romário de Paula no pedido de transferência.
Ontem (24), a Justiça Federal no Paraná decretou nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, Rogério de Araújo, Márcio Faria da Silva, César Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar. Em seu despacho, o juiz Sergio Moro justifica o novo pedido de prisão preventiva alegando que, após a detenção dos cinco executivos, surgiram novas provas do envolvimento deles no esquema de corrupção que desviou milhões de reais da Petrobras. Para Moro, a Odebrecht dispõe dos meios para “interferir de várias maneiras na coleta da provas, seja pressionando testemunhas, seja buscando interferência política” e a libertação dos investigados representaria um risco para a ordem pública. O novo pedido foi criticado pela defesa dos investigados.