O governado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), evitou nesta segunda-feira (10) se posicionar favoravelmente à saída de Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República. Perguntado sobre o que acha melhor para o Brasil -cassação, renúncia ou continuidade-, Alckmin afirmou que "não devemos tirar o foco da investigação" do escândalo na Petrobras.
"O importante é investigar, investigar, investigar e cumprir a Constituição", disse. O governador acrescentou que o Brasil encontra-se em um "círculo vicioso". "A crise política atrapalha a economia, e a economia atrapalha a crise política", argumentou.
"Eduardo Campos dizia que a gente não deve ter intimidade com a crise, ou seja, crise é para resolver rápido", concluiu. O governador participou de evento organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) em São Paulo. Mais cedo, esteve em uma homenagem a Campos em Recife (PE).
Os caciques do PSDB estão divididos sobre qual a melhor saída para a crise. Aliados de Alckmin avaliam que ele tem mais chances de disputar a presidência em 2018 se o atual governo chegar até 2018 -seja com com Dilma ou com o vice, Michel Temer (PMDB).
"A questão da nova eleição depende do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), essa hipótese não é de vontade", disse, em alusão à possibilidade de que a chapa Dilma-Temer seja cassada e de novas eleições serem convocadas -desfecho que mais apetece ao grupo ligado ao senador tucano Aécio Neves.
"Em relação a impeachment, hoje não há nenhum pedido [para ser votado]", afirmou Alckmin. Em Pernambuco, o governador já havia dito que a "questão do impeachment não está colocada" e, assim como Aécio, criticou o governo por "terceirizar a crise".
Já existem mais de dez petições pelo impedimento da presidente Dilma. Os pedidos, que estavam arquivados, foram tirados da gaveta no mês passado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), após vir à tona a acusação de que ele recebeu US$ 5 milhões de propina no petrolão.