Um aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu de presente ao doleiro Alberto Youssef após a acareação na CPI da Petrobras da última terça-feira (25) uma imagem do santo São Maron, muito celebrado no Líbano.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), cuja família descende do Líbano, ofereceu a imagem do santo e perguntou ao doleiro se ele era muçulmano ou cristão. Segundo Marun, Youssef respondeu ser cristão e aceitou o presente.
Se tratava de uma pequena imagem do santo, um pouco maior que uma fotografia 3x4, que o deputado sempre carrega consigo. Seu sobrenome, segundo ele, vem da família libanesa Marun (nome pelo qual o santo também é conhecido).
Marun é aliado de Cunha e do deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), que é acusado por Youssef de lhe intimidar por ter pedido à CPI a quebra de sigilo e convocação de seus familiares. Na sessão, Marun chegou a se manifestar em apoio a Pansera.
Na sua delação premiada, Youssef relatou que Cunha recebeu propina do esquema de corrupção da Petrobras, o que o peemedebista nega.
"Eu falei a ele que ele estava muito assustado e o santo iria ajudá-lo a não se sentir ameaçado", contou Marun à Folha. Segundo o deputado, Youssef disse ser da corrente cristã maronita do Líbano.
"Quando lhe ofereci [a imagem], ele falou 'me dá aqui'", relatou Marun.
O presente ajudou a descontrair o clima com o doleiro Youssef, que havia ficado tenso durante a sessão quando ele acusou diretamente Pansera de estar agindo para lhe intimidar. Ele conversou e sorriu com deputados após a acareação realizada com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.