Com receio de que a Câmara dos Deputados inicie nesta semana discussão sobre a possibilidade de afastamento da presidente Dilma Rousseff, o governo federal iniciou nesta segunda-feira (12) mobilização para garantir votos suficientes que derrubem no plenário da Casa Legislativa o prosseguimento de um pedido de impeachment contra a petista.
O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, reuniu-se nesta segunda-feira (10) com a bancada do PT no Câmara dos Deputados. No encontro, ele pediu aos deputados federais que busquem partidos da base aliada para conseguir reunir o apoio de pelo menos 257 parlamentares.
O número é o suficiente para não permitir que um recurso da oposição ao governo federal abra uma comissão especial que analise a possibilidade de afastamento da presidente.
Em esforço semelhante, o ministro também pretende promover encontros como desta segunda-feira (10) com deputados federais de partidos da base aliada, como PDT, PR, PP e PSD.
"Não há nada que venha a incriminar a presidente Dilma Rousseff. Portanto, essa questão vai para a disputa política. Chamaremos a Casa Legislativa à razão para conseguir os 257 votos", disse o líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), que defendeu o ingresso de recursos para evitar que o impeachment seja discutido no plenário.
Inimigo do Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que anunciará na terça-feira (13) sua decisão sobre o pedido de impeachment ingressado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.
A tendência é que ele arquive o pedido, o que levará a oposição a ingressar com um recurso em plenário, que poderá prosperar se tiver a aprovação de 257 deputados federais presentes na sessão parlamentar.
Nesse caso, seria criada uma comissão especial para analisar o tema e a presidente seria afastada se o processo de impeachment fosse formalmente aberto, o que ocorre com o voto de pelo menos 342 dos 513 deputados federais.
Nesta segunda-feira (12), no entanto, a oposição acertou com o peemedebista que vai ampliar as justificativas no pedido de impeachment, incluindo que o governo federal manteve em 2015 irregularidades contábeis que levaram à reprovação das contas do ano passado pelo Tribunal de Contas da União.
A operação pode adiar uma definição sobre o início do processo de impedimento da petista.