O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliou nesta segunda-feira (16) que os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, realizados neste domingo (15), foram "menos expressivos" que os anteriores, o que, segundo ele, demonstra que o país superou uma etapa política "truculenta" de sua história.
A manifestação organizada em Brasília, em frente ao Congresso Nacional, reuniu no feriado da Proclamação da República 2 mil pessoas, segundo a Polícia Federal. Os organizadores do protesto estimaram um público maior, de 3 mil pessoas. Os manifestantes carregaram bandeiras do Brasil, além de faixas e cartazes contrários ao governo federal.
"É legítimo que as pessoas se manifestem. Foram manifestações bem menos expressivas como as que ocorreram anteriormente não só em Brasilia, mas em todo o país. Isso demonstra que entramos em uma fase de superação de uma etapa politica mais truculenta no país e estamos construindo agora o caminho para que possamos juntos sair da atual crise", disse.
Para ele, apesar de ainda haver ameaça de abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o país passa por um "novo momento" e por uma "nova realidade". "Ela tem de ser aproveitada para que nós juntos consigamos fazer com que o país volte a crescer e volte a seguir o caminho que vinha seguindo nos últimos anos", disse.
O ministro lembrou que determinou à Polícia Federal que investigue a apreensão de armas e a prisão de uma pessoa que estava próxima ao acampamento de integrantes de movimentos que pedem o impeachment da presidente. Segundo ele, se ficar provado que a Polícia Federal tem competência para investigar o episódio, será aberto um inquérito.
"Eu determinei à Polícia Federal que apurasse esse fato tendo em vista que possa ocorrer eventualmente alguma competência federal em um fato dessa natureza. Se ficar comprovado, será aberto um inquérito", disse.
Com o episódio de ataque terrorista na França, o ministro ressaltou que o governo brasileiro seguirá para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 um plano de segurança semelhante ao utilizado na Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, o governo brasileiro tem mantido contato permanente com serviços de inteligência internacionais.
"Temos um plano que é um desdobramento do plano que já foi empregado na Copa do Mundo e que analisa todos os aspectos de segurança, inclusive a questão do enfrentamento ao terrorismo", disse. "Portanto, podemos ficar seguros de que tudo aquilo que pode ser feito está sendo feito no Brasil para a segurança das Olimpíadas", acrescentou.