O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitou nesta quarta-feira o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, por adulteração das contas públicas, em um processo que poderá levar ao fim do governo do Partido dos Trabalhadores.
"Trata-se de autorizar a abertura, não de julgar o mérito; será a comissão especial que poderá acolher ou rejeitar" o pedido de impeachment, disse Eduardo Cunha em entrevista coletiva.
A decisão do presidente da Câmara, que é investigado por corrupção no escândalo envolvendo a Petrobras, deverá ser agora analisada por uma comissão de deputados. Se for aprovado, o pedido de impeachment segue para o plenário da Câmara.
Com os votos de 342 do total de 513 deputados, Dilma poderá ser afastada da presidência para dar andamento ao processo.
"Não faço isto com qualquer felicidade, sei que é um gesto delicado em um momento em que o país atravessa uma situação difícil", tanto do ponto de vista econômico como político, disse Cunha.
O primeiro passo para o eventual impeachment de Dilma, cuja administração é aprovada por apenas 10% da população, aprofunda a crise na sétima economia do planeta, ao final de um ano muito turbulento.
Redes sociais
Pouco depois de anunciar que aceitava o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deu tom nacionalista a seu ato através das redes sociais. Seus perfis oficiais no Facebook e no Twitter publicaram um banner com os dizeres "Impeachment Acolhido", com fundo verde e amarelo.
Ele mudou as imagens de fundo de seus perfis, que traz dizeres do hino nacional: "Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme quem te adora à própria morte". No texto, os perfis de Cunha nas redes também exaltavam que o peemedebista "atendeu aos pedidos" das manifestações de rua, que "não foram em vão".
"As manifestações populares que ocorreram no Brasil inteiro - em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto - não foram em vão! Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment", diz a postagem no Facebook. "A partir de agora, uma comissão formada por deputados de todas as bancadas emitirá parecer ao impeachment, que posteriormente segue para análise do plenário do Senado. Processo que será acompanhado por toda a população", completa o post com as hashds_matia_palvr #VerásQueUmFilhoTeuNãoFogeÀLuta #EquipeCunha #CamaraIndependente #DemocraciaForte #CunhaPresidente
Em uma hora, o post de Cunha no Facebook tinha mas de 31,4 mil curtidas e 27,6 mil compartilhamentos. Havia comentários tanto elogiando a postura de Cunha, como criticando-o. "Parabéns, Muito obrigada o povo agradece", dizia uma internauta. "Parabéns Deputado !!!! Muito obrigadooo de coração mesmo !!! Presente de natal, ralaaaaaaa Dilma !!!!", dizia outro. "Pilantra!!!! tirando o foco das investigações contra você! cavou seu fim!!!", afirmava uma internauta revoltada. "Agora chegou a hora de você também cair", dizia outro comentário.
No Twitter, com limitação de 140 toques, o texto da postagem de Cunha dizia: "Atendendo ao pedido das ruas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de #impeachment de @dilmabr". Depois de uma hora, tinha 2,2 mil compartilhamentos e 1,9 mil curtidas.