O publicitário João Santana, que coordenou as três últimas campanhas presidenciais do PT, e a mulher dele, Mônica Moura, chegaram nesta terça-feira, 23, ao Brasil onde se entregaram à Polícia Federal. Os dois foram o principal foco da Operação Acarajé, a 23ª fase da Lava Jato deflagrada nessa segunda-feira, 22, e tiveram mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz federal Sergio Moro. Santana, que trabalhou nas campanhas que levaram Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) à presidência, é investigado por suspeitas de ter recebido dinheiro irregular da Odebrecht via contas no exterior.
O publicitário e a mulher desembarcaram no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 09h25, em um voo da Gol vindo de Punta Cana, na República Dominicana. No país, o casal coordenava a campanha à reeleição do presidente Danilo Medina, do Partido de la Liberación Dominicana (PLD). Ambos vieram acompanhados do advogado de Santana, Fábio Tofic.
O publicitário Marcos Afonso, que também estava a bordo do avião, que veio de Punta Cana relatou que Santana e a mulher pareciam tranquilos e afirmou que a viagem foi tranquila, sem protestos contra ele ou qualquer protocolo diferente de qualquer outro voo.
"Foi um voo calmo, sem tumulto. Ninguém se manifestou", disse Afonso ao contar que Santana, a mulher e o advogado foram os últimos passageiros a descer. "Eles entraram em uma van separada Quando desceram, foram recebidos por umas pessoas que pareceram amigáveis".
Santana, Mônica e o advogado deles seguiram para a delegacia da PF localizada dentro do aeroporto, onde ficaram por cerca de 15 minutos. Segundo o assessor da polícia, Santana conversou com o delegado, deixou alguns pertences com o advogado e seguiu para Curitiba com a mulher em um avião da PF. O advogado foi para a capital paranaense em voo de carreira.