Apesar do resultado desfavorável, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva querem usar como peça de defesa a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que manteve o promotor Cassio Conserino no comando da ação que investiga o caso do tríplex no Guarujá.
Embora o CNMP tenha decidido por unanimidade pela manutenção do promotor, contrariando pedido do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a decisão abre uma brecha para que a atuação de Conserino seja contestada na Justiça.
O relator do caso, Valter Shuenquener, defendeu a manutenção do promotor, mas salientou que a distribuição do caso contraria entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). "A ação do promotor contraria entendimento do STF sobre distribuição de processos. Reconheceu também que é necessário fazer uma revisão da normas do próprio CNMP para garantir, daqui em diante, o princípio do promotor natural, não só para Lula mas para todos os cidadãos", diz o Instituto Lula.
Paulo Teixeira evitou tratar a decisão do CNMP como uma derrota. "Foi uma vitória da sociedade brasileira, pois serviu para jogar água numa fervura criada por um conjunto de irregularidades. Não perdemos a ação. Nosso problema era de ânimo, de predisposição (do promotor)", afirma o deputado.
Conserino também responde a processo administrativo na Corregedoria do Ministério Público de São Paulo aberto a pedido do deputado petista.