Sérgio Moro decide libertar nove presos temporários da 26ª fase da Lava Jato

As nove pessoas presas temporariamente são investigadas por crimes que envolvem fraudes documentais
Da ABr
Publicado em 26/03/2016 às 16:08
As nove pessoas presas temporariamente são investigadas por crimes que envolvem fraudes documentais Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil


O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, decidiu pela liberação de nove presos temporários da 26ª fase da Operação Lava Jato, identificada como Operação Xepa. As prisões foram efetuadas no dia 22 de março. O prazo para o cumprimento vence neste sábado (26). Em despacho, Moro diz que não é o caso de prorrogação das prisões e determina a expedição dos alváras de soltura.

Sérgio Moro, no entanto, determinou também que nenhum deles poderá deixar o país durante as investigações e que devem entregar os passaportes no prazo de três dias. "Diante dos indícios de que executivos do Grupo Odebrecht foram deslocados para o exterior durante as investigações, nele obtendo refúgio, imponho como medida cautelar alternativa à prisão a proibição de que os os investigados ora soltos deixem o país", diz o despacho.

As nove pessoas presas temporariamente são investigadas por crimes que envolvem fraudes documentais. A prisão foi decidida, segundo despacho feito na época porque existia risco de ocultação, destruição e falsificação de provas. O juiz também justificou a prisão na garantia de que essas pessoas seriam ouvidas separadamente pela autoridade policial, “sem que recebam influências indevidas uns dos outros”.

 

Planilhas

No despacho desta sexta-feira, Moro diz ainda que vai mandar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as planilhas apreendidadas na residência do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior, que  identificam pagamentos a cerca de 200 políticos. A lista contém nomes de autoridades com foro privilegiado.

Moro pondera que é prematura qualquer conclusão quanto à natureza dos pagamentos, se ilícitos ou não. Trecho do despacho diz: "os pagamentos retratados nas planilhas da residência do executivo Benedi­cto Barbosa podem retratar doações eleit­orais lícitas ou mesmo pagamentos que não tenham se efetivado". Diz, por fim: "a cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal".

 

Foram presos temporariamente:

- Alvaro José Galliez Novis

- Antônio Claudio Albernaz Cordeiro

- Antônio Pessoa de Souza Couto

- Isaias Ubiraci Chaves Santos

- João Alberto Lovera

- Paul Elie Altit

- Roberto Prisco Paraíso Ramos

- Rodrigo Costa Melo

- Sergio Luiz Neves

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