Após mais uma etapa da operação Lava Jato, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, se recusou a comentar as ações de hoje da Polícia Federal, mas afirmou que "há grupos e pessoas interessadas no quanto pior, melhor". "E, com isso, deixando o país com dificuldade de manter a qualidade da sua governança e a economia em suspenso na insegurança. Está na hora de todos os brasileiros buscarem o seu compromisso com a democracia que foi tão duramente conquistada entre nós", disse.
As declarações do ministro foram dadas nesta sexta-feira (1º) durante ato para assinaturas de nota conjunta contra a Intolerância Política, na sede da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.
Com um discurso baseado na intolerância das pessoas em meio à "gravidade do movimento vivido", Aragão afirmou que "as instituições são caras para todos nós e juízes precisam ser independentes e não podem ser constrangidos por conta de sua opinião".
"Precisamos garantir que os Poderes funcionem regularmente e não sejam submetidos a constrangimentos, que os Poderes sejam livres na sua manifestação da soberania popular e não sejam extorquidos de modo a fazer aquilo que este ou aquele grupo entenda que é mais legítimo", afirmou Aragão.
Na avaliação do ministro da Justiça, as eleições de 2014 acabaram, depois de uma campanha "num tom muito acima da média das campanhas políticas dos últimos anos", com um resultado acirrado entre os candidatos e "isso levou muita gente a achar que estava legitimado contra o resultado das eleições".
"Vamos ter eleição em 2018 e é importante, para a democracia, ter revezamento do poder e esse revezamento só é possível se todos nós enxergarmos no outro alguém tão legitimado quanto nós", frisou.
Redes Sociais
Sobre as manifestações da população nas redes sociais, Aragão afirmou que as manifestações atrás dos computadores fazem com que as pessoas se escondam no anonimato. "Isso é a mesma fonte de perversidade que anima a pornografia infantil nas redes", disse.
No evento para pedir tolerância, Aragão ressaltou que "precisamos baixar a bola e desacelerar" para que tenhamos celeridade para enfrentar as dificuldades do País. "Está na hora", disse.
Sobre a nova fase da Operação Lava Jato, o ministro disse que não comentaria este assunto e não falaria naquele local - a sede da CNBB.
O secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, evitou se posicionar contra ou a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. "A CNBB nunca vai se pronunciar a favor ou contra, a constituição prevê o impedimento e é preciso verificar se o motivo tem ou não fundamento e eu não sou a pessoa indicada para isso", destacou.