Ao som dos versos da canção popular Está chegando a hora, dezenas de deputados de oposição participaram nesta quinta-feira (7) de um ato favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Segundo os parlamentares, no ato, foi dado um "aviso prévio" para a saída da presidenta.
Carregando uma ampla faixa em que se lia "Aviso prévio: impeachment, já", os deputados saíram em caminhada pelos corredores do Congresso aos gritos de "Fora, PT". Eles seguiram até a rua e foram para a frente do Palácio do Planalto, onde cantaram o Hino Nacional e lançaram réplicas de notas de dólar e real impressas com o rosto de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com os parlamentares, as notas, que traziam a inscrição “Petro Dollar”, eram uma referência à acusação, feita por integrantes da oposição, de que o governo teria oferecido dinheiro em troca do voto de deputados, para que não aprovassem o impedimento de Dilma no plenário da Câmara.
Uma mala na qual foram colados os dizeres "estou indo embora" e um retrato de Dilma foram jogados na área interna do Palácio do Planalto.
Entre os deputados que participaram do ato estavam o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), e membros de diversos outros partidos de oposição, como Mendonça Filho (DEM-PE), Paulinho da Força (SD-SP) e Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), entre outros.
Em fila na área interna do Palácio do Planalto, aguardando para entrar em um evento em defesa da democracia, dezenas de mulheres responderam à manifestação dos deputados oposicionistas com gritos de "não vai ter golpe" e "golpistas, fascistas, não passarão".
O ato dos parlamentares foi organizado um dia após o relator da Comissão Especial do Impeachment, Jovair Arantes (PDT), ler seu relatório, favorável à admissibilidade do pedido de impedimento de Dilma.
Contando com a aprovação do impedimento da presidenta na comissão especial, os deputados oposicionistas disseram esperar que o afastamento de Dilma seja votado em plenário na próxima semana. "Este é um aviso prévio, mas de dez dias", disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). "O Brasil tem que mobilizar os deputados em seus estados, agora é a hora", afirmou Araújo.