'Puxador de votos', padre amigo de Argello é considerado influente em Brasília

Argello é frequentador da Paróquia São Pedro há mais de dez anos. A doação da OAS não foi o único favor prestado por ele à paróquia, conforme notas e reportagens anexadas pela Lava Jato ao pedido de prisão
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 13/04/2016 às 11:01
Argello é frequentador da Paróquia São Pedro há mais de dez anos. A doação da OAS não foi o único favor prestado por ele à paróquia, conforme notas e reportagens anexadas pela Lava Jato ao pedido de prisão Foto: Foto: Reprodução/Youtube


Responsável desde 1999 pela Paróquia São Pedro, em Taguatinga, Moacir Anastácio é considerado um dos padres mais influentes de Brasília e, não por acaso, um potencial puxador de votos para políticos. 

À frente da igreja simples, numa região de classe C, ele se notabilizou por realizar a Semana de Pentecostes, que, nas contas dos organizadores, reúne "3 milhões" de fiéis anualmente. Além disso, costuma atrair muita gente a missas de cura e libertação.

O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) é frequentador da igreja há mais de dez anos e se intitula amigo do padre. A doação da OAS não foi o único favor prestado por ele à paróquia, conforme notas e reportagens anexadas pela Lava Jato ao pedido de prisão.

Em 2012, às vésperas de Pentecostes, o petebista interveio junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para evitar multa em razão de problemas na rede elétrica. Num vídeo veiculado pela comunidade religiosa, ele se intitula o "senador de Pentecostes"

Em 2014, após obter o pagamento da OAS à igreja, Gim escolheu a igreja de Taguatinga para passar o 4 de outubro, último dia antes das eleições. "Missa na Paróquia de São Pedro. Momento de repor as energias e agradecer ao Pai", comentou.

Apesar da ligação com políticos, Moacir nega dar seu apoio em eleições. "Para qualquer candidato que vá à igreja, ele faz (celebração)", afirmou o advogado padre Paulo Roberto Moreira, amigo do padre.

Nessa terça-feira (12), Moacir passou todo o dia afastado da paróquia para evitar o assédio da imprensa e rascunhar um documento com explicações ao público e à Operação Lava Jato. "Ele não sabia. Não fazia a menor ideia (de que o dinheiro pode ser propina). Disseram que podiam conseguir patrocínio e aceitou", disse Paulo Roberto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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