Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na 1ª instância, o empresário Salim Schahin afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto disse que o partido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estavam "a par do negócio". Salim Schahin se referiu ao empréstimo de R$ 12 milhões, em outubro de 2004, do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Bumlai disse à Polícia Federal, em depoimento em dezembro de 2015, que o empréstimo foi destinado ao PT. A Lava Jato investiga um esquema de propinas na contratação da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora do navio-sonda Vitoria 10 000, envolvendo um empréstimo de R$ 12 milhões para Bumlai.
Salim Schahin foi questionado por Moro sobre uma declaração que o empresário havia dado em sua delação premiada. No acordo de colaboração, o empresário disse que ele e o irmão Milton Schahin "também receberam de Vaccari a informação de que o ex-presidente estava a par do negócio".
"Sim, isto é verdade. Numa das reuniões com o sr Vaccari, que estávamos eu e o Milton juntos, essa eu me lembro muito bem, porque eu estava junto com meu irmão, ele falou que o PT estava a par do negócio e o ex-presidente estava a par do negócio", afirmou.
O executivo do Grupo Schahin fechou um acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Lava Jato, se comprometendo a contar tudo o que sabe sobre um dos mais polêmicos episódios envolvendo o PT.
João Vaccari está preso desde abril de 2015. O ex-tesoureiro já foi condenado a 15 anos e 4 meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na Lava Jato.
O espaço está aberto para manifestações do Instituto Lula.