Dilma lembra Sarney em discurso durante cerimônia não informada

No pronunciamento, Dilma tentou mostrar que segue trabalhando mesmo após acirramento do processo de impeachment
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 15/04/2016 às 20:22
No pronunciamento, Dilma tentou mostrar que segue trabalhando mesmo após acirramento do processo de impeachment Foto: Foto: EVARISTO SA / AFP


A presidente Dilma Rousseff (PT) lembrou do ex-presidente e ex-senador José Sarney, uma das lideranças do PMDB, durante discurso na cerimônia de assinatura do decreto que regulamenta a transferência do domínio do Estado do Amapá de terras pertencentes à União. Nem evento e nem o discurso foram informados previamente pelo Planalto e a cerimônia, realizada na tarde desta sexta-feira (15) só foi incluída na agenda da presidente em uma atualização feita à noite.

No pronunciamento, uma tentativa de mostrar que segue trabalhando mesmo na reta final da avaliação do processo de impeachment contra ela na Câmara, a presidente cumprimentou parlamentares pelo processo de regularização das terras, um processo "intenso de negociação, de discussão, que envolveu não só o governo, não só as bancadas, mas também envolveu a sociedade civil", afirmou, em material gravado pelo Planalto e divulgado posteriormente.

"Eu agradeço aos senhores, porque participaram desse processo, e eu tenho certeza também que nós aqui devemos lembrar também o senador Sarney, que participou também desse processo (...) neste que é, talvez, eu diria, a modernização maior para o Estado do Amapá, que é ter suas próprias terras", completou a presidente.

Ainda no evento, a presidente disse que todas as questões relacionadas às terras amapaenses, sejam as quilombolas, de assentamentos, "enfim, todas aquelas que impactam populações tradicionais que vivem nessas regiões foram consideradas", afirmou. "E acredito também que é fundamental que a União não seja a proprietária das terras do Estado. Porque seria de fato uma contradição a União, e não o Estado, deter as terras."

Dilma lembrou que o Amapá era o último Estado da federação a não ter suas próprias terras e que o ato de transferência das terras da União "é um instrumento de maior crescimento para o Estado e para sua população", concluiu.

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