Bloco de carnaval com mulheres faz ato de apoio a presidente Dilma

Ao longo do dia, houve diversas manifestações de apoio diante do edifício de Dilma em Porto Alegre, onde ela passa o fim de semana com família
JC Online
Publicado em 14/05/2016 às 16:22
Ao longo do dia, houve diversas manifestações de apoio diante do edifício de Dilma em Porto Alegre, onde ela passa o fim de semana com família Foto: Foto: Débora Cademartori/divulgação


Um bloco de carnaval formado unicamente por mulheres fez um ato em frente ao prédio da presidente da República afastada, Dilma Rousseff, no início da tarde deste sábado, em Porto Alegre. Cerca de 15 pessoas tocaram instrumentos de percussão e cantaram mensagens de apoio à petista, que ficará afastada do seu mandato por até 180 dias, durante o julgamento do processo de impeachment no Senado. 

Um dos cantos dizia "nem recatada, nem do lar, a mulherada está aqui para te apoiar", em referência a adjetivos usados por matéria da Revista Veja para descrever Marcela Temer, esposa do presidente em exercício, Michel Temer. Outra mensagem falava "Dilma, nossa querida, pode chegar que aqui tu é bem-vinda".

O grupo começou o ato por volta das 13h30 e tocou por cerca de meia hora. Uma das participantes tentou contatar a equipe de Dilma por meio do interfone, mas não teve sucesso. O ato terminou depois que uma pessoa do prédio pediu silêncio em consideração a uma criança que está doente. 

O bloco se intitula "Não mexe comigo que eu não ando só", frase tirada de uma música de Maria Bethânia. Uma das participantes, Kátia Azambuja, de 28 anos, disse que o coletivo é um grupo feminista que ensaia como bloco de carnaval. No total, são cerca de 60 integrantes, todas mulheres.

Segundo ela, o objetivo do ato de hoje era mostrar solidariedade à Dilma. "O País tem muitos problemas. Mas sabemos que boa parte do que está acontecendo é por ela (Dilma) ser mulher. Se fosse um homem não haveria uma reação tão forte, nem da oposição nem da população", afirmou. "Houve um golpe machista."

A estudante de Direito Rafaela Araújo La Porta, de 19 anos, também se dirigiu ao prédio da presidente afastada na tarde de sábado. Ela levava um buquê de flores e um bilhete onde se lia "estamos contigo, a luta continua". Tentou entregar para a equipe de Dilma, mas não conseguiu.

Ao longo do dia, houve diversas manifestações isoladas de apoio diante do edifício de Dilma em Porto Alegre, onde ela passa o fim de semana com a família. Alguns simpatizantes deixaram flores no portão de entrada, que foram depois recolhidas pelo staff da petista. 

A Frente Brasil Popular no Rio Grande do Sul está programando um ato para amanhã, no aeroporto Salgado Filho, no momento do retorno de Dilma a Brasília. 

Desde que chegou à capital gaúcha, na noite de sexta-feira, Dilma está se dedicando à filha, Paula Araújo, e aos netos, Gabriel e Guilherme. Sua única aparição pública foi na manhã deste sábado, quando ela andou de bicicleta na orla do Guaíba, na companhia de seguranças.

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