Em investigação do Ministério Público, a ex-deputada Fátima Pelaes, que está prestes a assumir a secretaria de Políticas para as Mulheres no governo interino de Michel Temer, é apontada como integrante de uma "articulação criminosa" para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares, de acordo com informações do Jornal Folha de São Paulo.
Na época, no âmbito das investigações da Operação Voucher, em 2011, Pelaes foi citada no escândalo ligado a uma ONG fantasma, num convênio firmado entre a instituição e o ministério do Turismo.
O inquérito aberto em 2013 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi devolvido à Justiça Federal no Amapá, estado pelo qual Fátima foi deputada. As investigações ainda estão em andamento, tendo inclusíve quebrado os sigilos fiscal, bancário e telefônico da ex-deputada.
Segundo a investigação, Pelaes indicou a ONG fantasma Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas em promoção ao turismo no Amapá. Na época, quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro.
De caordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), é razoável supor que o objeto inicial da celebração do convênio era o desvio e a apropriação do dinheiro. Pelas ainda teria escolhido as pessoas que ministrariam os cursos oferecidos no âmbito do convênio.
Através de assessoria, a ex-deputada afirmou à reportagem confiar no trabalho da Justiça e da polícia. Também disse estar tranquila de que tudo será esclarecido.
A Operação Voucher Expediu 38 mandados de prisão em agosto de 2011 e o caso de Pelaes foi remetido ao STF por conta do foro privilegiado. A investigação partiu de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
A nomeação de Fátima Pelaes para a secretaria de Políticas para as Mulheres está prevista para os próximos dias. A investigação contra ela pode se tranformar em denúncia à Justiça ou ser arquivada.