No Recife, Dilma diz que parasita tomou conta da democracia e defende novo pacto político

Presidente afastada também classificou governo Michel Temer de ilegítimo
JC Online
Publicado em 17/06/2016 às 18:17
Presidente afastada também classificou governo Michel Temer de ilegítimo Foto: Acervo JC Imagem


No Recife para dois eventos, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) conversou com a imprensa após uma solenidade na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A petista se mostrou agradecida pela "recepção calorosa, com muita energia" e voltou a enfatizar, como tem feito em diversas ocasiões, que a democracia está em risco no Brasil.

"Acho cada vez mais que o pacto que governou o Brasil desde 1988, a partir da Constituição cidadã, foi rompido e dilacerado. Vamos ter que necessariamente reconstruir os processos democráticos no Brasil. O parasita tomou conta da democracia. Ele só é extirpado através do debate, da discussão e, sobretudo, respeitando o voto direto que extravasa o meu período de mandato. Há que reconstruir, no Brasil, um novo pacto político", declarou.

Questionada se vai trabalhar para antecipar novas eleições, Dilma respondeu não ser possível pensar nisso sem que antes recupere a faixa presidencial.

"Não haverá hipótese, em nenhum momento, de nós aceitarmos, sem o retorno da presidente eleita por 54,5 milhões de voto, discutir qualquer pacto. Não há pacto possível com governo ilegítimo, governo que é provisório", pontuou.

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O número de votos recebidos nas eleições de 2014, foi destacado por Dilma. A presidente afastada também disse que sua saída do governo atinge quem votou na oposição.

"Quem foi eleita fui eu e quem está sofrendo uma injustiça enorme sem fundamento, sem crime de responsabilidade, sou eu. É impossível falar em democracia no Brasil e rasgar a Constituição. Rasgar a Constituição é rasgar meu direito inalienável de voto e também os outros votos porque a presença de 100 milhões nas urnas é um referendo ao processo', afirmou.

Além do evento na UFPE, Dilma Rousseff participará de um ato no Pátio do Carmo, no centro do Recife. Antes de desembarcar na capital pernambucana, ela passou por Salvador e por João Pessoa esta semana. As viagens devem continuar.

"Acredito que essa trajetória, essa estratégia nossa de ir para os Estados é importante porque esse é o tipo da discussão sobre a democracia que não interessa só aos senadores, aos deputados ou a mim. Diz respeito à vida democrática do Brasil inteiro. Então, quando eu vou aos Estados eu convivo com diferentes pessoas que estão com a mesma preocupação: defender o processo democrático no Brasil. Acho que é fundamental que eu vá a todos eles", enfatizou.

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