O presidente Michel Temer rebateu na manhã desta quinta-feira (6), as críticas de que seu governo foi o responsável pela elevação do nível de desemprego e que foram usadas, segundo ele, nas campanhas municipais realizadas em todo o País. Em entrevista à rádio Jovem Pan, o peemedebista disse que usaram de uma "inverdade absoluta" para acusá-lo de ser o responsável pelos 12 milhões de desempregados atualmente no Brasil - e ainda pelo seu governo supostamente propor uma jornada diária de trabalho de 12 horas.
"O que aconteceu na campanha eleitoral, convenhamos, foi feito com muita falsidade. Isso (a suposta proposta de 12 horas diárias de jornada) é uma inverdade que eu tive a oportunidade de dizer que não era exato, mas ainda assim foi usada politicamente", afirmou o presidente.
Temer afirmou que sua política está voltada ao combate do desemprego e ao "olhar para o futuro", citando especialmente a proposta de colocar um teto no crescimento de gastos públicos. O peemedebista citou medida da ex-presidente Dilma Rousseff de permitir acordo entre empregados e empregadores para cortar 30% dos salários, nos momentos de crise, o que para ele foi positivo
O presidente discordou de declaração feita pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou que o governo federal queimaria todo o "cacife" político para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos e não teria forças para avançar nas demais propostas, como a previdenciária e a trabalhista.
"Levo sempre em conta as ponderações do governador Geraldo Alckmin, mas sou obrigado a dizer que você precisa fixar um teto para os gastos e na sequência vai fazendo o que o teto de gastos exige, preservando aquilo que precisa para fazer a reformulação previdenciária", disse. "O método que escolhemos é pensado e adequado", completou.
Segundo Temer, o desempenho dos partidos da base aliada nas eleições municipais deste primeiro turno - realizada no último domingo, 2, mostra a legitimidade de seu governo junto à população. "Essa votação que saiu no domingo revelou que a base aliada, hoje temos quase 18 partidos apoiando o governo, venceu fantasticamente as eleições, o que significa por via indireta uma aprovação de que tudo que foi feito até agora foi eminentemente constitucional e legal", argumentou.
Marx Beltrão
O presidente Michel Temer defendeu a nomeação de Marx Beltrão para o Ministério do Turismo. O alagoano foi nomeado esta semana para o cargo sob críticas por ser réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica. Além disso, Beltrão teve campanha ao cargo de deputado federal em 2014 financiada por empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
Na entrevista à Jovem Pan, Temer afirmou que o ministro não está envolvido na Lava Jato e que o caso em que é réu se deve ao fato da prefeitura que comandou ter enviado ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) algumas guias de recolhimento sem o correspondente pagamento. "Eu esperei um tempo para verificar se o caso seria julgado no Supremo, mas percebi que isso só vai se solucionar talvez no ano que vem", disse Temer, sobre o processo do qual seu ministro é réu. Ele disse estar "tranquilo" quanto a uma decisão favorável do STF neste caso e que confia que os pagamentos devidos por Beltrão foram feitos.
Ainda sobre Marx Beltrão, Temer citou parecer em favor de seu ministro, elaborado pelo advogado e ex-Procurador Geral da República Aristides Junqueira, liderando-o para a função.
O presidente também aproveitou a declaração para afirmar que o governo jamais vai interferir na Lava Jato e que a posição é de que a operação "vá para frente".