Não há margem para abrir exceções na PEC 241, diz Meirelles

Segundo Meirelles, única forma de atender pedido da Justiça do Trabalho por mais recursos seria através de um dispositivo da própria PEC 241
ABr
Publicado em 19/10/2016 às 21:43
Segundo Meirelles, única forma de atender pedido da Justiça do Trabalho por mais recursos seria através de um dispositivo da própria PEC 241 Foto: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira (19) que “não há margem”, dentro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 para abrir exceções. Segundo ele, a única possibilidade de atender ao pedido da Justiça do Trabalho por mais recursos seria por meio de dispositivo da PEC 241 que permite ao Executivo realocar 0,25% do seu limite de gastos.

Segundo o ministro, que se reuniu com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, e com presidentes e corregedores dos tribunais regionais do Trabalho, não foi dada garantia da destinação desse percentual à área, porque é preciso primeiro aprovar a PEC.

“Nós não discutimos aqui, hoje, essa situação porque em primeiro lugar temos que saber se a PEC será aprovada. A partir daí, sim, nos termos da PEC, vamos ver a possibilidade ou não de o Executivo ceder”, disse Meirelles.

Ives Gandra disse compreender a necessidade do ajuste fiscal e de não haver exceções para nenhum dos Poderes. No entanto, pediu o apoio do ministro para a reclassificação dos convênios com Banco do Brasil e Caixa que remuneram depósitos judiciais.

“Há um total de R$ 40 bilhões em depósito judicial e esse dinheiro está em uma classificação em que nós não temos acesso imediato. Dependemos de um projeto de lei para que o governo nos repasse. Esse dinheiro foi a nossa salvação em 2016. Nós não queríamos que [o acesso a ele] fosse exceção, [e sim] que passasse a ser uma regra”, disse.

A Justiça do Trabalho operou com dificuldades financeiras em 2016 em razão de decisão do Congresso Nacional, que reduziu o orçamento inicialmente solicitado pela área. O ministro da Fazenda afirmou que tomou conhecimento hoje do pleito relativo aos depósitos judiciais e que não há um prazo para analisar a demanda do TST sobre o assunto.

Aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados no último dia 10, a proposta limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos. Ontem (18) a comissão especial destinada a analisar a PEC aprovou seu texto final. O governo espera que a votação em segundo turno ocorra na semana que vem. Se aprovada, a PEC segue para o Senado.

TAGS
PEC 241
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory