O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não quer saber de palanque para a eleição de presidente da Casa antes da apreciação da PEC do Teto dos Gastos. O peemedebista deixou o recado para os demais senadores e informou que discussões sobre o assunto só devem ser feitas no próximo ano. Renan não poderá ser reconduzido à presidência do Senado.
"Para não dificultar a tramitação da PEC do Teto do Gasto, eleição para presidência do Senado só será discutida em janeiro. Não devemos fazer nada, absolutamente nada, que possa embaçar ou dificultar o calendário de votação dessa proposta", afirmou Renan. O relatório será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira, 9, e a votação final em plenário está agendada para 13 e 14 de dezembro.
As eleições, de fato, só devem acontecer em fevereiro, quando se inicia o novo ano legislativo. Mas o que Renan quer impedir é que se instaure no Senado um clima de campanha. Até pouco tempo, os senadores davam como certa a eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para a presidência da Casa. Entretanto, movimentações internas na bancada do PMDB tentam emplacar outro nome para a vaga, possivelmente o de Romero Jucá (PMDB-RR), mais alinhado com o governo de Temer.
Renan preferiu não entrar na disputa e desconversou sobre a indicação do nome de Eunício. Ele garantiu que a vaga, pelo tamanho da bancada, cabe ao PMDB, mas afirmou que a indicação ainda será discutida internamente. "O PMDB conquistou nas urnas o direito de indicar o presidente. A sua disposição é de usar de critérios de proporcionalidade para compor o resto da chapa. Em janeiro, o PMDB vai fazer isso, mas em uma reunião democrática com a bancada", afirmou.
O presidente do Senado anunciou para esta terça-feira a votação da MP 737, que libera policiais e bombeiros militares da reserva para atuarem na Força Nacional.
Ele também disse que acertou com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que a PEC 36/2016, que trata da reforma política, será a pauta única da sessão de 9 de novembro.
Renan também anunciou que fará cortes de gastos na gestão do Senado. Ele ficou de apresentar números claros na semana que vem "Na próxima semana, vamos aprovar novas medidas de corte de despesa do Senado Federal. Vamos continuar cortando cargos em comissão, funções gratificadas, reduzir contratos terceirizados e mostrar que é possível fazer muito mais com menos", disse.