PF diz que patrimônio ilícito de Sérgio Cabral é um 'oceano'

Declaração foi feita por um procurador que integra a força-tarefa da Operação Eficiência, nova fase da Lava Jato que tem Sérgio Cabral e Eike Batista como alvos
Estadão Conteúdo
Publicado em 26/01/2017 às 12:26
Declaração foi feita por um procurador que integra a força-tarefa da Operação Eficiência, nova fase da Lava Jato que tem Sérgio Cabral e Eike Batista como alvos Foto: Antonio Cruz/ABr


O tamanho da rede de propinas amealhadas pela organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) ainda não foi identificado. "O patrimônio dos membros da organização criminosa chefiada pelo senhor Sérgio Cabral é um oceano ainda não completamente mapeado", disse o procurador da República Leonardo Cardoso de Freitas, que integra a força-tarefa da Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira (26) - o peemedebista e o empresário Eike Batista são o alvo principal desta nova fase da Lava Jato.

De acordo com o Ministério Público Federal, a operação desta quinta-feira (26), chamada Operação Eficiência, investiga a ocultação de mais de 100 milhões de dólares (R$ 317 milhões), através de remessas para o exterior. Em apenas um ano, de agosto de 2014 a junho de 2015, a organização criminosa movimentou R$ 39,7 milhões, segundo os procuradores responsáveis pela investigação. "Eu diria que esses US$ 100 milhões é algo além do inimaginável", afirmou o procurador.

Novo mandado de prisão expedido contra Cabral

Por conta da operação, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu um novo mandado de prisão preventiva do ex-governador Sérgio Cabral. Cabral está preso desde 17 de novembro, sob a acusação de receber propina para fechar contratos públicos no estado.

Segundo o MPF, um dos esquemas investigados é o pagamento de uma propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador por Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido de Cabral, usando a conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá. Para dar uma aparência de legalidade à negociação, foi fechado um contrato de fachada para a compra de uma mina de ouro entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados.

Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem tentado atrapalhar as investigações. Com o auxílio de colaboradores, o MPF já conseguiu repatriar cerca de R$ 270 milhões, que estão à disposição da Justiça Federal em conta aberta na Caixa. A força-tarefa está solicitando cooperação internacional para o bloqueio e posterior repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.

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