Novo líder da maioria na Câmara, o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) admitiu que não há maioria para aprovar a reforma da Previdência, mas que o esforço é para construir o caminho que leve aos 308 votos necessários para aprovar, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC). "Ela (maioria) está sendo construída", declarou.
O deputado revelou que a estratégia é detectar pontos de convergência no texto do governo, itens que geram conflito mas que podem ter acordo e pontos onde as bancadas não estão dispostas a ceder. O foco, destacou Coimbra, é trabalhar opiniões em comum e negociar o que pode ser flexibilizado. "Isso (pontos sem acordo) só vai ser resolvido na disputa de voto."
Ele disse que a semana pós-carnaval serviu para que o governo "sentisse o pulso" dos deputados e ouvisse as ponderações em relação à PEC. Os aliados do governo, no entanto, ainda não estão contando voto por voto. "Não há adensamento, ainda que tenha possibilitado um pensamento médio claro que nos possibilite fazer mensurações."
O peemedebista minimizou manifestações de partidos da base, como o PSB, contra a reforma e lembrou que o partido tem o Ministério de Minas e Energia. "Temos a consciência de que as pessoas que estão na base do governo estão compartilhando o governo. Então elas tem responsabilidades junto com o governo", observou.
O líder reconheceu que a tarefa de atingir os 308 votos é complexa e disse que não há reforma sem "perdas e ganhos". Ele contou que o esforço de agora é levar a mensagem do governo aos deputados, seja com as duas aulas semanais oferecidas ou com o corpo a corpo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nas bancadas.
Coimbra deve ser formalizado como líder da maioria na próxima semana, quando será votado um projeto de resolução criando o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.