“É de cabeça erguida que iremos limpar o país!” dizia a empresária Renata Loureiro Borges Monteiro, em uma publicação no Facebook, feita no dia 4 deste mês. Na manhã dessa terça-feira (14), ela foi conduzida coercitivamente para prestar depoimento na Polícia Federal em mais um desdobramento da Operação Lava Jato.
A ação, batizada de "Tolypeutes", investiga esquemas de pagamento de propina, corrupção e contratos suspeitos da Linha 4 do metrô carioca, no esquema comandando pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.
O marido de Renata, Luiz Carlos Velloso, foi subsecretário de Transportes no governo de Cabral na época em que a pasta foi comandada pelo deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ). Ele teve a prisão preventiva decretada. O MPF pede o bloqueio de R$ 220 milhões de sete pessoas e três empresas, sendo R$ 12 milhões de Velloso.
O inquérito resulta de um acordo de leniência realizado pela empresa Carioca Engenharia, cujos executivos apontaram o esquema de corrupção existente na Secretaria de Estado de Obras do Rio. Os acordos previam a cobrança de propina das empreiteiras envolvidas em contratos de obras civis bilionárias, especificamente, o contrato de construção do Metrô Linha 4.
Auditores da Receita Federal, procuradores do Ministério Público Federal e agentes da Polícia Federal cumprem sete mandados de condução coercitiva e outros de busca e apreensão. As prisões foram feitas em Copacabana e na Lagoa, Zona Sul do Rio. Ao deixarem o prédio onde vivem, no bairro de Copacabana, Renata e o marido foram hostilizados por pessoas que acompanhavam a operação na rua. Nenhum deles quis falar com a imprensa.