Fernando Collor diz que sofreu impeachment por ser nordestino

Ex-presidente foi questionado sobre comparação entre o impedimento instaurado contra ele e Dilma Rousseff
JC Online
Publicado em 17/04/2017 às 12:49
Ex-presidente foi questionado sobre comparação entre o impedimento instaurado contra ele e Dilma Rousseff Foto: Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado


O ex-presidente Fernando Collor, atual senador pelo PTC-AL, alegou em entrevista ao apresentador Amaury Junior que "não se pode comparar" o processo de impeachment sofrido por ele em 1992 com o processo de impeachment instaurado contra Dilma Rousseff (PT) no ano passado. Segundo Collor, naquela época, "foi retirado o primeiro homem eleito depois do golpe militar, com 40 anos de idade, vindo de um estado pequeno do Nordeste brasileiro". Atribuições que, para ele, incomodaram 'muito' alguns setores da elite e sociedade brasileira.

O senador, no entanto, disse que não é devido estar muito apegado ao que aconteceu no passado, mas apenas tomar como exemplo e 'virar a página'. "O que aconteceu, realmente, está ficando muito claro na consciência da população brasileira. Foi algo extremamente brutal", declarou sobre o impeachment.

Em relação ao que vive atualmente o País, Collor deixou claro que o Brasil ainda não está no rumo certo. "Estamos passando por um período de grandes dificuldades. O Brasil ainda não se encontrou. Precisamos enfrentar esses problemas, mas vai demandar de todos nós muita paciência e boa vontade para encontrar os melhores caminhos sem fazer com que o povo pague", disse o ex-presidente.

Possibilidade de voltar à presidência

Sobre o futuro na política, Collor não descartou a possibilidade de voltar à presidência e repassou a responsabilidade ao destino. " Política é destino, nunca sai como se planeja. É o destino que finalmente conduz. Hoje estou de volta, senador reeleito e ainda estou com disposição. Não me passa pela cabeça a questão da presidência, mas eu não posso, em consciência, dizer estar afastado". O senador do PTC é suspeito de receber R$ 800 mil de propina e caixa 2 para sua campanha de 2014, conforme relatos de delatores da Odebrecht.

João Doria

Especulado como possível concorrente à Presidência da República em 2018, João Doria (PSDB-SP) foi aclamado por Collor. "O prefeito João Doria é uma pessoa de excepcional talento, extremamente competente. Não temos uma relação muito próxima, mas sei que a vitória que ele conquistou aqui em São paulo foi fruto dos seus méritos. Ele terá um grande futuro na vida política, basta continuar o que está fazendo aqui em São Paulo", sugeriu.

 

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