O ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS) afirmou que para resolver o problema da segurança no Rio de Janeiro será preciso muito tempo e esforço integrado de diversas instituições. A cidade é hoje a maior preocupação do governo federal dentro do Plano Nacional de Segurança.
"O Rio de Janeiro levou décadas para ficar nessa situação, não tem pirotecnia, não vai resolver do dia para a noite, nós dizemos isso o tempo inteiro. Não espere milagres, não estamos aqui fazendo mágica. O trabalho é duro, é difícil, é de integração, e vai rendendo cada vez melhor.", disse o ministro, em debate na Rádio Jornal nesta segunda-feira (21).
Forças Armadas e as polícias Civil, Militar, Federal, Rodoviária Federal e Força Nacional, além de membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), fazem operação integrada nesta segunda (21) em seis comunidades do Rio de Janeiro. As ações visam cumprir mandados judiciais de pessoas suspeitas de tráfico de drogas e roubos. De acordo com a Secretaria de Segurança (Seseg), as operações ocorrem nas comunidades do Jacarezinho, Alemão, Manguinhos, Mandela, Bandeira Dois e Parque Arará, além do Condomínio Morar Carioca, na zona norte.
Ao todo, já foram cumpridos 20 mandados de prisão. O ministro da Defesa irá fazer um balanço da ação desta segunda (21) á tarde no Centro Integrado de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública do estado. A Operação Rio é um braço do Plano Nacional de Segurança, que deve vigorar até o dia 31 de dezembro de 2018, por determinação do presidente Michel Temer (PMDB).
De acordo com o ministro, hoje no Rio de Janeiro cerca de 1 milhão de cariocas vivem em um regime de "excessão" sob o controle do crime organizado, como o "Comando vermelho", "Amigos dos amigos" e o "3º Comando da Capital". "Eles cumprem o papel que compete ao estado. Na verdade é um estado paralelo, então não existem direitos e garantias constitucionais. Para construir uma laje, as pessoas têm que ter autorização, para ter uma TV fechada tem que passar por eles, a coleta de lixo, enfim, inclusive a própria vida", contou Raul Jungmann.
Raul conta que, além do controle sob as comunidades, as organizações tem também inserção nas eleições. "Quem tem o poder do voto consegue eleger os seus representantes ou os que ele apoiar. Isso significa que ao chegar no parlamento, seja ele municipal, estadual ou federal, ele vai participar da distribuição de cargos na área de segurança". Segundo o ministro da defesa, boa parte das instituições do Rio de Janeiro são controladas pelas facções. "Porque não é possível você chegar em uma situação criminosa de violência e de insegurança como essa se você não captura um pedaço do estado, ou seja, do próprio poder público. Não é que você não tenha uma crise de segurança no país, mas o Rio de Janeiro é alguns degraus acima da média", afirmou.