'Precisamos de alguém que não seja bizarro', diz FHC sobre Bolsonaro

FHC comparou a situação do Brasil com o populismo do EUA
Editoria de Política
Publicado em 15/11/2017 às 13:52
FHC comparou a situação do Brasil com o populismo do EUA Foto: Agência Brasil


Em evento na Universidade de Columbia, Nova York, nessa terça-feira (14), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que os partidos políticos perderam credibilidade no Brasil e reconheceu as dificuldades do PSDB.

O tucano também comentou o cenário de 2018. Ele destacou o avanço da violência no País e que o assunto dará espaço para o conservadorismo. "O crime está causando muitos estragos no Brasil e qualquer candidato que fale em crime menos como questão social e mais como um assunto real acaba abrindo um espaço mais à direita", afirmou FHC. "Precisamos de um líder capaz de organizar a situação e nos dar a sensação de que estamos juntos, alguém capaz de expressar emoções, não ideias", completou o tucano.

Entre os possíveis novos líderes, o ex-presidente comentou "muitos prefeitos muito bons de partidos diferentes" que estão na disputa, sem dar nome a ninguém. Também comentou a ascensão da direita evangélica. "Considerando a desorganização de outras instituições, essas instituições estão organizadas, já elegeram pessoas e terão uma voz" na eleição.

Em resposta a uma pergunta de um estudante sobre o pré-candidato à Presidência pelo PSC, Jair Bolsonaro, FHC disse que a "mídia dá mais espaço para os que são bizarros", mas que "precisamos de alguém que não seja bizarro, que fale com as pessoas".

"Nosso populismo olhava para a frente e o populismo atual olha para trás, a ideia de pôr a América em primeiro lugar", disse o tucano, contrastando a tradição ibérica de corporativismo na América Latina com o individualismo americano resumido pelo slogan de Donald Trump.

"Um líder populista pode aparecer de novo", afirmou, sobre as próximas eleições no Brasil. "Mas o único capaz de entusiasmar dessa forma as pessoas perdeu enorme credibilidade. Temos de rever nossas ideias sobre o que é possível, o que as pessoas querem", acrescentou FHC, fazendo uma alusão a Lula.

"Todos terão a capacidade de dizer algo sensível e transparecer verdade. Isso é bom e perigoso porque nunca saberemos quem será capaz de entusiasmar as massas."

Ainda de acordo com a Folha, ao ser questionado por jornalistas sobre como o PSDB pode lidar com a crise moral no país, o tucano respondeu que a reação seria parecida com a de outros partidos. "Há uns partidos piores que os outros, mas o meu está melhorzinho", disse.

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