O presidente Michel Temer decidiu que vai aguardar a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) sobre a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB) para o Ministério do Trabalho. Temer avaliou que qualquer nova indicação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para a pasta deve ser iniciativa do próprio partido, e não fruto de pressão do Planalto. A atitude é para evitar descontentamento entre integrantes do PTB.
Em reunião na tarde dessa terça-feira (9) com Cristiane Brasil e Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e pai de Cristiane, a substituição do nome da deputada para o ministério não foi discutida. A estratégia do presidente é não desagradar Jefferson, importante articulador da base do governo, nas vésperas da votação para a reforma da Previdência, que está marcada para 19 de fevereiro.
O governo precisa de 308 votos na Câmara para aprovar a reforma, mas está tendo dificuldades para isso. Para conseguir apoio, o governo tem feito indicações políticas. Aguardar decisão do Supremo é uma forma do Planalto transferir o ônus para o PTB e, diante da manutenção da suspensão, argumentar que não há outra saída a não ser sugerir outro nome no lugar de Cristiane.
Desde a indicação, o nome de Cristiane Brasil está envolvido em polêmicas. Ela foi condenada a pagar R$ 60 mil a um de seus ex-motoristas. Outro ex-funcionário fez um acordo no valor de R$ 14 mil com a deputada para evitar nova condenação.