'Prefiro ser julgado pelo povo brasileiro', diz Lula

Durante encontro com militantes, Lula também afirmou que 'eu nem precisaria ser candidato. Mas não posso ser alijado da disputa política'
Estadão Conteúdo
Publicado em 22/01/2018 às 20:02
Durante encontro com militantes, Lula também afirmou que 'eu nem precisaria ser candidato. Mas não posso ser alijado da disputa política' Foto: Foto: AFP


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (22) que não precisaria ser o candidato do PT para a eleição presidencial deste ano, mas que pretende disputar o cargo porque seus adversários querem "alijá-lo" da disputa política. Discursando em um encontro com sindicalistas, organizado na sede do Instituto Lula, na zona sul da capital, o petista repetiu ainda o que disse em suas últimas aparições públicas e acusou seus opositores de "anestesiarem o País" com o discurso de que o PT era uma doença que precisava ser erradicada do País.

"(O PT) tem vários nomes, eu nem precisaria ser candidato. Mas não posso ser alijado da disputa política", disse Lula. Ele disse estar tranquilo para o julgamento da quarta-feira, mas magoado com a "mentira que contaram" os procuradores da Lava Jato. "Prefiro ser julgado pelo povo brasileiro, que aprendeu a ser possível um Brasil melhor, que é possível comer melhor, trocar de carro, viajar nas férias", afirmou. "Não posso aceitar isso depois de tudo que fizemos neste País pela democracia. (E) se tivesse uma pena de culpa, não estaria olhando na cara de vocês."

Criticando medidas adotas pelo governo do presidente Michel Temer, como a reforma trabalhista, Lula afirmou que são necessárias eleições diretas para passar o País a limpo. "Quem sabe até uma nova Constituinte", acrescentou. O petista ainda sinalizou que parte dos ataques que recebe são motivados pela desorganização entre seus opositores. "Eles estão numa situação muito difícil, com todas as pesquisas mostrando que estou à frente. E pior, eles ainda não têm candidato."

Segundo o líder petista, esse cenário estaria levando ao surgimento de nomes como a do apresentador de TV Luciano Huck, que, nas suas palavras, seria o candidato da Ambev, e de outras candidaturas "anti-Lula". "Foi assim com o Collor em 1989, e deu no que deu", ironizou.

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