O presidente Michel Temer e o rei da Espanha, Felipe VI, desembarcam em Davos nesta quarta-feira (24), em um dia que contará com a intervenção de vários líderes europeus para defender a globalização frente às posições de Donald Trump, esperado na sexta-feira (26).
Temer chega a Davos, onde discursará em um tenso momento político para o Brasil, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um julgamento que pode ameaçar sua candidatura às eleições de outubro.
Já o rei da Espanha, Felipe VI, primeiro monarca espanhol a comparecer ao fórum, buscará promover a economia espanhola, abalada nos últimos meses pela crise catalã.
Entre os europeus, é muito esperado o presidente francês, Emmanuel Macron, que chega ao Fórum Econômico Mundial após se reunir no castelo de Versalhes com grandes empresários de todo mundo, também na tentativa de reforçar o atrativo econômico da França.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel, participará do encontro em um momento ainda de indefinição política doméstica, já que sua grande coalizão com os social-democratas ainda não está em vigor.
"Merkel não tem governo ainda. O que conta agora é Macron", disse à AFP Richard Edelman, presidente de uma empresa americana de Relações Públicas.
A imagem de Macron está em alta entre as lideranças econômicas, graças às suas reformas trabalhista e fiscal na França.
"O tempo em que Merkel podia levar a Europa sob sua liderança com uma França fraca terminou", escreveu Judy Dempsey do think tank Carnegie Europe.
Prova disso é a reunião realizada por Macron na última segunda-feira (22) no suntuoso castelo de Versalhes para convencer gigantes como Facebook e Google a investir na França.
O primeiro dia do encontro em Davos, ontem (23), esteve marcada pela defesa da globalização por parte dos primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, e do Canadá, Justin Trudeau.
"Estamos trabalhando muito duro para garantirmos que nosso vizinho do sul [Estados Unidos] reconheça o valor do Nafta", disse Trudeau, referindo-se à renegociação da Área de Livre-Comércio da América do Norte entre Canadá, EUA e México e que pode avançar nos bastidores esta semana.
Outros líderes europeus estarão na estação suíça em um tumultuado ano para a região, em plena reflexão sobre o futuro da União Europeia.
O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, fará um discurso a menos de dois meses de eleições gerais.
Já o premiê grego, Alexis Tsipras, cujo país tenta se recuperar após anos de resgates financeiros, participará de um seminário sobre a "estabilização do Mediterrâneo".
Na quinta-feira, espera-se a chegada da primeira-ministra Theresa May, mergulhada na crise do Brexit e que está tentando negociar suas futuras relações comerciais com a UE.