Apesar do ex-presidente Lula ter decido, até o momento, não ir para Curitiba para se apresentar à Polícia Federal, o presidente estadual do PT-PE, Bruno Ribeiro, disse esperar que os militantes que fazem vigília em frente à sua residência, em São Bernardo do Campo, não deixem que o petista se entregue. A prisão foi pedida pelo juiz Sérgio Moro, que deu até as 17h desta sexta-feira para Lula se entregar na sede da Polícia Federal.
"Os advogados de Lula e próprio Lula podem até entender que devam cumprir a sentença de Moro. O que eu espero é que eles não deixem ele se entregar. Não temos que nos submeter a decisões inconstitucionais e arbitrárias. O povo não deveria permitir que ele fizesse isso", afirmou Bruno Ribeiro em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (6).
O petista criticou a celeridade em que a ordem de prisão foi expedida pelo Juiz Sérgio Moro, minutos após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) ter autorizado que o magistrado o fizesse. Uma eventual ordem de prisão contra o ex-presidente estava suspensa por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) até a última quarta-feira (4), data em que foi realizada a sessão no plenário do Supremo para votar o habeas corpus preventivo de Lula.
"A sessão do Supremo terminou de 1h da manhã, de manhã o tribunal já tinha autorizado Moro a prender lula, 19 minutos depois Moro decreta prisão", disse Bruno Ribeiro, que classificou a condenação de Lula como "arbitrária". "Julgamento sumário. A justiça brasileira infelizmente é morosa. Está sendo morosa de moro na sua parcialidade, para que o juiz exerça sua antipatia à Lula e ao PT", finalizou o presidente do PT-PE.
O juiz Sérgio Moro condenado o ex-presidente a 9 anos e meio de prisão no dia 12 de julho de 2017 na ação penal do triplex. A defesa entrou com recurso em 2ª instância e, por unanimidade, o TRF4 referendou a condenação e aumento a pena para 12 anos e 1 mês. No dia 21 de março, o TRF julgou e rejeitou os embargos de declaração
Os advogados do ex-presidente tentaram evitar que ele fosse preso recorrendo a um habeas corpus preventivo no STF. A defesa pediu que a pena fosse cumprida após julgado todos os recursos da sentença. No entanto, o STF decidiu na noite da última quarta-feira (4) negar o habeas corpus, permitindo, assim, que o petista fosse preso logo após a decisão.
A defesa do ex-presidente lula ingressou nesta sexta-feira (6) com um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça na tentativa de impedir a prisão imediada do líder petista.