O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), classificou como positiva a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras por ser "um reclamo da sociedade", mas disse que não adianta a saída do gestor se a política de preços da petrolífera seguir a mesma.
"A saída de Parente, por si só, não significa que as coisas vão mudar. É preciso que haja uma mudança na política global de preços por parte da Petrobras, a empresa não pode continuar vendendo óleo bruto para ser refinado no exterior e voltar para cá na forma de óleo diesel, gasolina e outros derivados por um preço muito maior", comentou o senador em entrevista ao jornalista Romoaldo de Souza.
Vale lembrar que Humberto Costa exigiu, no Plenário do Senado, a demissão de Pedro Parente e de toda a sua diretoria, diante do que chamou de administração "trágica".
Pressionado em meio à greve dos caminhoneiros, Pedro Parente pediu demissão do cargo, nesta sexta-feira (1º), em carta enviada ao presidente Michel Temer (MDB). Ainda assim, ele garante que entregou o que lhe foi pedido, que a Petrobras é hoje uma empresa com reputação recuperada e que sua permanência na presidência da petrolífera deixou de ser positiva.
"A queda de Parente foi resultado de todo um reclamo da sociedade brasileira pelo que ele representava à frente da Petrobras, especialmente nesse momento de crise, de desabastecimento por conta dessa mobilização dos caminhoneiros em função dos altos preços dos derivados do petróleo. Não é possível vincular esse preço ao preço internacional do petróleo, às variações do dólar, pois isso acaba beneficiando os grandes acionistas, mas prejudica a população brasileira", disse Humberto Costa.
O senador afirmou que vai continuar cobrando do governo de Michel Temer que diga se vai promover a mudança e fazer reajustes anuais "que levem em média o custo do petróleo internacionalmente e reconheça o papel de regulador de prelos que a Petrobras."