FBC, aliado de Jucá, sofre derrota em batalha contra grupo de Paulo Câmara

decisão foi tomada no dia em que o vice-governador Raul Henry realiza a convenção estadual do partido para oficializar o nome do deputado federal Jarbas Vasconcelos para o Senado
JC Online
Publicado em 03/08/2018 às 12:40
decisão foi tomada no dia em que o vice-governador Raul Henry realiza a convenção estadual do partido para oficializar o nome do deputado federal Jarbas Vasconcelos para o Senado Foto: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski negou nesta sexta-feira (3) o pedido de urgência feito pelo MDB Nacional para a análise do conflito envolvendo o diretório de Pernambuco. A decisão foi tomada no dia em que o vice-governador Raul Henry realiza a convenção estadual do partido para oficializar o nome do deputado federal Jarbas Vasconcelos para o Senado na chapa do governador Paulo Câmara (PSB).

Enquanto isso, o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá (RR), tenta entregar o comado no Estado ao também senador Fernando Bezerra Coelho, ligado a Armando Monteiro Neto (PTB), adversário do socialista nestas eleições.

A expectativa de FBC era de que Lewandowski atendesse ao pedido da executiva nacional do partido, que devolveria o comando a ele antes da convenção.

Apesar de ter negado o pedido de urgência, Lewandowski ainda não decidiu sobre o mérito da ação. As últimas decisões do ministro no caso foram em abril, desfavoráveis ao grupo dos senadores.

Agora, comenta-se nos bastidores que ele deve contestar o resultado do evento - a oficialização do nome de Jarbas - na Justiça.

Na convenção, um membro do partido, ligado a FBC, pediu que a decisão do MDB local seja alinhada com a nacional, não coligando com Paulo Câmara, como querem Jarbas e Raul Henry. Além disso, solicitou oficialmente o apoio ao candidato do MDB à presidência, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Jarbas já declarou apoio ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB.

Entenda o caso

Opositor de Paulo Câmara, FBC se filiou ao partido em setembro do ano passado, com a promessa de Jucá de assumir a presidência no Estado. Para isso, seria feita uma intervenção, dissolvendo o diretório local. Depois da chegada de FBC, o atual presidente do partido, o vice-governador Raul Henry, levou a briga à Justiça e em outubro conseguiu a primeira liminar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), impedindo os dois processos de dissolução instaurados. Após um imbróglio ainda no Estado, o MDB nacional levou a questão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que concedeu decisão favorável a Jucá.

Com isso, o partido conseguiu intervir em Pernambuco, dissolvendo o diretório estadual e instalando uma comissão provisória que tinha Fernando Bezerra Coelho como presidente. O cenário ficou assim por três dias. Lewandowski, porém, acatou o argumento de Raul Henry de que há conflito de competência e que caberia ao TJPE decidir sobre a questão, não ao TSE. Jucá recorreu ao próprio ministro.

Esse mês, com a proximidade da convenção, o MDB nacional pediu urgência na análise do caso. Com o STF em regime de plantão, no entanto, a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, decidiu deixar o caso para ser analisado por Lewandowski, quando retornasse aos trabalhos.

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