A decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), em proibir a prisão após condenação em segunda instância, seguida pela revogação da medida pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, gerou na quarta-feira (19) mais de 1,3 milhão de postagens no Twitter. Os dados são do estudo da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta quinta-feira (20).
As postagens foram analisadas entre as 14h30 e 0h, já excluindo "robôs" e interações suspeitas na rede social. Mais de 900 mil compartilhamentos também foram registrados, segundo mostrou o estudo.
Caso não fosse vetada por Toffoli, a medida poderia beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros presos da Operação Lava Jato. Como reação, a maioria das postagens no Twitter equivale a perfis favoráveis ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, com 33% dos usuários (equivalente a mais de 70 mil pessoas) e 58% das interações, criticando a decisão de Marco Aurélio.
O segundo maior grupo de perfis, com 32% das contas e 13% das interações na rede, é crítico a Bolsonaro e ao mesmo tempo satirizou as decisões dos ministros. Em menor proporção, a base de apoio a Lula e a movimentos da esquerda somou 16% dos perfis (aproximadamente 35 mil pessoas) e 17% das interações.
O DAPP aponta que o número total de postagens equivale a de outros momentos decisivos para Lula. Em julho, após soltura concedida pelo plantonista do TRF-4, seguida de veto do presidente do Tribunal, 1,5 milhão de tuítes mencionaram o caso. Na semana da prisão de Lula, em abril, a média registrada foi de 956 mil tuítes.