O ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno (PSL), teria dito a aliados que pretende criar um dossiê que sirva para embasar eventuais histórias que venha a contar sobre a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e sobre o período que passou no governo, segundo a colunista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo.
Bebianno foi exonerado nessa segunda-feira (18). Na semana anterior, em entrevista ao jornal O Globo, ele havia negado que existiria uma crise no governo. "Não existe crise nenhuma. Só hoje falei três vezes com o presidente", afirmou. No Twitter, Carlos Bolsonaro, filho do presidente, disse que o ex-ministro mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente no dia 12 de fevereiro. O próprio presidente repercutiu a afirmação do filho em suas redes sociais.
Bebianno vem sendo acusado de supostas irregularidades nas campanhas eleitorais do PSL ocorridas na época em que ele presidia o partido, que também tem o presidente Bolsonaro como filiado. A crise cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reforçada pelo próprio presidente.
Na tarde dessa terça-feira (19), o site da revista Veja divulgou 12 áudios em que Bebianno revela que Bolsonaro e o filho, Carlos, mentiram ao chamá-lo de “mentiroso” por dizer que havia mantido contato com o presidente durante a internação no Hospital Albert Einstein.
Mais tarde, em entrevista à Jovem Pan, o ex-ministro criticou duramente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), apontado por ele como o motivo de sua demissão.
“Fui demitido pelo Carlos Bolsonaro, simples assim (…) Minha indignação é a de ter servido como um soldado disposto a matar e morrer e no fim ser crucificado e tachado de mentiroso porque o Carlos Bolsonaro fez uma macumba psicológica na cabeça do pai”, disparou.