A ex-ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres dos governos Dilma Rousseff, Eleonora Menicucci, relacionou os suspeitos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) com a família do presidente Jair Bolsonaro. No próximo dia 14 de março, o caso completa um ano.
"Ninguém foi preso, embora até as pedras da calçada do Rio de Janeiro saibam que os assassinos são milicianos com suspeita de proximidade com essa gente que está no poder", disse a ex-ministra ao representar a ex-presidente Dilma no recebimento do Prêmio Beth Lobo de Direitos Humanos de Mulheres, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ao Broadcast Político, a ex-ministra negou que estivesse defendendo uma investigação da família Bolsonaro. "Eu só quero que apresentem os executores da Marielle Franco. Não sou eu, é a grande imprensa que já disse onde eles estão", afirmou.
Em dezembro, o jornal O Estado de S.Paulo revelou que, conforme as investigações, a vereadora foi morta porque milicianos acreditaram que ela podia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio. Além disso, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) já homenageou e empregou pessoas ligadas a milicianos investigados no assassinato.
A ex-ministra petista criticou a atual titular da Pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, por sua atuação no cargo. "Ela não mostrou a que veio ainda. Ela só mostrou o lado dela de pastora, que eu tenho todo o respeito. Mas eu quero saber, como ministra de Estado, que eu fui, o que ela veio fazer ali, qual é o projeto dela", disse Eleonora. Ela classificou o governo de Jair Bolsonaro como uma "catástrofe", mas evitou levantar a bandeira em defesa de um impeachment do presidente. "Ele infelizmente foi eleito", finalizou.