Após adiar reunião com parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para falar da reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta quarta-feira (27). Durante a audiência, Guedes voltou a defender a aprovação da reforma.
''O nosso sistema previdenciário está quebrando antes de a população envelhecer. O déficit aumenta R$ 40 bilhões a cada ano. Nossa primeira medida foi o ataque à Previdência. Há uma bomba relógio demográfica", afirmou o ministro. Segundo Paulo Guedes, o País precisa que a reforma traga R$ 1 trilhão em economia. "Quando eu digo que precisamos de R$ 1 trilhão de economia com a reforma da Previdência, isso é a responsabilidade com as futuras gerações. Se não conseguirmos essa economia, estamos condenando filhos e netos pelo nosso egoísmo e pela incapacidade de fazer", declarou.
Uma reforma com potência fiscal menor, afirmou o ministro, inviabilizará o lançamento do sistema de capitalização da Previdência. "Não tem problema, estamos sacando de filhos e netos. Esta bola está com o Congresso", completou.
Para Guedes, as regras trabalhistas também precisam ser atacadas. Segundo ele, a futura reforma trabalhista também tenta criar alternativa para futuras gerações. "Vamos fazer também a reforma tributária, a abertura da economia e privatizações ali na frente", acrescentou.
Para o ministro, as estatais não deixam o setor privado investir e carregam passivos trabalhistas colossais. "O Brasil reconstrói uma Europa por ano com o pagamento de juros sem sair da pobreza Brasil carrega ativos sem necessidade, estatais não investem e estão quebradas", concluiu.
Paulo Guedes também reafirmou, na audiência na CAE do Senado, que todos os governadores estão a favor da reforma da Previdência porque as despesas com inativos nos Estados segue a dinâmica explosiva. Ele voltou a afirmar que há risco de os servidores ficarem sem salários, caso a proposta não seja aprovada. "Não é ameaça. A máquina pública brasileira vai implodir, e é muito rápido", disse.
Essa não é a primeira vez o ministro Paulo Guedes afirma que, caso a reforma não seja aprovada, o futuro das próximas gerações estará ameaçado. Durante reunião da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que aconteceu nessa segunda-feira (25), disse que "quando se vota contra a reforma está se votando contra os nossos filhos e netos. Então, estamos ao lado das gerações futuras. Quem votar contra está contra elas e a favor do colapso", afirmou.